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Opinião
08/08/2013 - 11h07
O sinistro direito de matar
Dartagnan da Silva Zanela
 

Há quem diga que a prática do aborto é uma forma de minimizar injustiças, evitando que uma criança venha a ter uma existência penosa ou retirando um obstáculo que atrapalharia a vida duma pessoa e, deste modo, evitar-se-ia sofrimentos desnecessários. Sei que muitos já ouviram argumentos similares a esse, porém, o que essas palavras dizem é duma demência praticamente imensurável.

Ora, sejamos pacientes e procedamos por partes. Primeiro: não se corrige uma injustiça cometendo uma monstruosidade contra um inocente que não tem direito a voz, a defesa e nem mesmo deseja-se assegurar-lhe o direito à existência. Outra coisa: quando fala-se em sofrimento, dá-se a impressão de que o normal na existência humana seria uma vida em mar de rosas, sem problemas, angústias e dissabores. Alguém assim, ou que deseje viver assim, não é um ser humano, mas sim, uma anomalia muito perigosa.

Seguindo com o andor, penso que seria de grande relevância refletir de modo empático, nos colocando no lugar do outro. Se assim procedermos veremos com grande clareza que devido à covardia e sem-vergonhice de muitíssimos homens, a graça de conceber um filho e de assisti-lo crescer torna-se um pesado fardo para uma imensa multidão de mulheres que padecem com a irresponsabilidade masculina.

Um filho é uma dádiva dos céus e, como todo presente que tem essa origem, exige de nós, pais e mães, integral atenção. Todavia, o que temos em nossa sociedade é a transformação desse dom numa maldição. Antigamente o anúncio duma gravidez era motivo de júbilo, hoje, de lamento. Quem nunca ouviu uma declaração nesse tom? De mais a mais, cultiva-se em nossa sociedade o desejo, por parte das mulheres, de imitar a irresponsabilidade masculina para tornar mais aprazível suas vidas e não cobra-se mais uma postura de Homem por parte dos moleques crescidinhos que se recusam a assumir os deveres inerentes a condição masculina. Ou seja: mais e mais locupleta-se toda sociedade para que todos sintam-se “justiçados”.

Por fim, há outra situação que pode-se propor àqueles que chamam o assassinado dum inocente de direito humano. É simples: como você reagiria se sua mãe lhe disse-se que quando ela soube que estava grávida de você sua possível existência, na ocasião, era indesejada e que poderia ter sido abortado? Aliás, se seu filho lhe pergunta-se: “se eu fosse indesejado, você mandaria me matar antes de eu nascer?” Sei que você diria que ele foi muito desejado, sonhado e blábláblá. Mas se ele retruca-se, perguntando: “mas suponhamos que eu não fosse desejado, você mandaria me matar? Você me abortaria?” Abortaria?

É por isso, meu caro, que o aborto é uma monstruosidade fantasiada de direito.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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