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Opinião
10/08/2013 - 08h07
Ocupação, o resgate da representação popular
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Depois de promover suas manifestações na rua e, de início, sem muita coordenação, os participantes do movimento “Acorda Brasil”, agora descobriram que a ocupação de câmaras municipais e assembléias estaduais pode ser o eficaz encaminhamento às suas reivindicações. Dezenas de casas legislativas já foram literalmente invadidas por reivindicantes que interpretam ao pé da letra a condição de vereadores e deputados representantes do povo. Levam suas teses para os parlamentares defenderem.

Como todo procedimento novo, o ato de ocupar as casas legislativas muitas vezes tem degringolado para o quebra-quebra e o confronto. Isso não interessa aos verdadeiros reivindicantes porque, sempre que fogem ao espírito pacífico, seus pleitos perdem o foco e não produzem os efeitos desejados. Bom seria que as próprias lideranças dos movimentos cuidassem para evitar a infiltração e estivessem preparadas para suportar provocações sem partir para o distúrbio que, na maioria das vezes, tem por objetivo desviar a atenção daquilo que realmente se pretende. E ainda há a agravante de, nesses casos, a polícia ser chamada a intervir com a possibilidade de ferimentos, detenções e outros dissabores.

É comum assistirmos, durante as campanhas eleitorais, os candidatos ao parlamento fazendo verdadeiras profissões de fé na condição de legítimos representantes do povo e, na verdade, o são. Prometem lutar pela solução dos problemas e pelos interesses do eleitorado. Mas, na prática, a maioria deles, assim que chega ao mandato, esquece do povo, preocupando-se apenas consigo próprio e compondo os blocos de lesa povo que, alimentados pelo favorecimento e até a corrupção, sustentam politicamente os governos em troca de cargos de confiança ou outras benesses. Com esse procedimento, negam tudo o prometido em campanha e distanciam-se do eleitorado, pois o interesse do eleitor quase sempre é diverso daquilo que pensam os governantes e as classes políticas. Aí se consolida o divórcio entre o povo e o poder.

No quadro de hoje, vereadores e deputados (estaduais e federais) precisam atentar para sua condição de representante do povo. Não podem continuar ausentes aos compromissos que – até por questão de marketing político – lastraram suas campanhas. Se não o fizerem, perderão a grande oportunidade de ajudar a resolver efetivamente os problemas da cidade, do estado e do país. O mais indicado é que se valham do cargo e da representação popular para fazer chegar as reivindicações aos detentores do poder público e da sociedade, não esperando que o povo o faça pela força ou por outras vias. Se tiver de ir direto, não há razão para a população ter representantes!

O momento é, ainda, indefinido. As forças populares de reivindicação estão buscando meios para resolver suas questões, e chegar aos detentores do poder é a mais crucial dificuldade. Todo parlamentar que quiser sobreviver deve ouvir atentamente os reclamos populares e, com sua representação, buscar a solução onde de direito. Quem não o fizer, quase que certamente, será alijado do processo, nas próximas eleições...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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