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Medicina e Saúde
12/08/2013 - 18h01
Como o inverno influencia a ocorrência de doenças?
Alexandre Wolkoff e Fernanda Cooke
 

Mudanças climáticas têm gerado preocupação crescente quanto aos potenciais efeitos à saúde humana, especialmente aqueles relacionados ao sistema respiratório. Estudos têm mostrado relação entre variação sazonal e números de atendimentos por doenças respiratórias e ocorrência de internações hospitalares.

Vários são os fatores climáticos que influenciam a incidência de doenças respiratórias. A redução da umidade relativa do ar a valores abaixo de 30% é considerada risco para a integridade das vias aéreas. Nos meses de chuva, a alta umidade relativa do ar, o maior tempo de permanência em ambientes internos e o menor arejamento e exposição ao sol dos espaços domiciliares (que gera crescimento de mofo e fungos) contribuem para o aumento das doenças respiratórias, especialmente as alérgicas, como a asma.

Alguns vírus também apresentam comportamento altamente sazonal, com maior frequência no período frio em áreas de clima temperado e no período de chuvas em um clima tropical.

Enfermidades como pneumonia e asma constituem um grave problema de saúde pública. Segundo balanço divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, 14 pacientes são internados por hora no SUS (Sistema Único de Saúde) com diagnóstico de pneumonia. A prevalência de asma tem aumentado nos últimos anos, originando maior interesse no papel que teria o ambiente e a exposição aos alérgenos, substâncias capazes de desencadear uma reação alérgica, especialmente em etapas precoces da vida.

Em relação a maior frequência de hospitalizações por pneumonia nos dois primeiros anos de vida, destaca-se que, na infância, as principais infecções de vias respiratórias inferiores, consideradas severas, são pneumonia e bronquiolite. Ambas podem ser causadas por vírus ou bactérias. O principal deles é o vírus sincicial respiratório, agente altamente sazonal que causa de 70% a 80% das infecções severas do tipo durante os meses frios do ano. Outros agentes virais comuns nestes casos são os do tipo parainfluenza, que não apresentam sazonalidade importante. A maior aglomeração de pessoas em ambientes fechados durante os meses frios explica porque diversos agentes são transmitidos em maior intensidade no inverno, sejam virais ou bacterianos.

No departamento de emergências do Hospital Alvorada Moema, foram atendidos, desde o início do inverno (21 de junho) até o dia 24 de julho, 2.743 crianças e adolescentes até 13 anos e 8.329 adultos. Enquanto que nos meses de verão predominam nos dois grupos problemas de trato gastrointestinal, as doenças respiratórias respondem por 40-60% dos atendimentos. Atualmente, este número se elevou para 90% em crianças e teve um aumento de 15% nos atendimentos por estas causas nos adultos.

Nas crianças predominam as causas infecciosas como a bronquiolite até 2 anos, rinites e até as meningites pneumocócicas. Ultimamente, temos observado uma queda acentuada da temperatura nos estados do sul e sudeste do Brasil e aqui na cidade de São Paulo. Após 48 horas do início desta queda, já foi possível observar aumento dos atendimentos por doenças respiratórias e infecciosas com início em até 7 a 10 dias. Nota-se que, mesmo com a diminuição dos atendimentos em crianças devido às férias escolares, houve redução dos casos de doenças respiratórias com início recente. As doenças com causas alergênicas, como a asma, aumentaram em adultos e crianças já no primeiro dia após queda abrupta de temperatura.

Cabe ao profissional de saúde estar sempre atento para os três agentes causadores da gripe: vírus influenza A H3, influenza A H1N1 e influenza B. Ao cidadão, é necessário se atentar a uma proteção adequada, principalmente nos períodos matutino e noturno, além de uma preocupação especial com as crianças, com reforço sobre o uso de casacos e calçados. Além disso, é importante manter-se bem hidratado e cuidar cautelosamente da higiene das mãos, medida que por si só pode prevenir a transmissão de grande parte das doenças respiratórias.

Em caso de sintomas respiratórios ou febre persistente, é indicado procurar o médico, cobrir a tosse e ensinar a criança a fazer o mesmo. Manter o calendário de vacinação atualizado também é uma atitude preventiva importante.


Nota do Editor: Alexandre Wolkoff é Coordenador do Departamento de Emergências do Hospital Alvorada Moema e Fernanda Cooke é Coordenadora do Serviço de Emergências em Pediatria do Hospital Alvorada Moema (www.hospitalalvorada.com.br)

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