A busca pelo equilíbrio financeiro e a melhora da situação de liquidez é uma luta contínua das empresas, sejam brasileiras ou estrangeiras, em virtude do mercado em retração e com problemas políticos, que se tornam um entrave para a capitalização, assim como para a remuneração adequada dos seus investidores. As companhias aéreas que estão instaladas no Brasil vivenciam o contínuo cenário de aumento de combustíveis, salários, leasing indexados ao dólar, que geram resultados negativos e afetam o caixa. Como estratégia, a primeira situação que vem à mente dos empreendedores para minimizar as perdas de resultado em virtude do aumento dos custos é o corte de funcionários. Essa situação foi recentemente vivida pela Gol, quando no ano passado adquiriu a Webjet e demitiu 950 funcionários. Agora a TAM, para equacionar a redução de ofertas, cuja queda foi de cerca de 12%, emitiu nota de que a demissão chegaria a 1.000 colaboradores, incluindo pilotos, co-pilotos e comissários. A proposta está em discussão com o sindicato e pode reduzir as demissões, mas de forma inexpressiva, uma vez que a diminuição de ofertas derruba automaticamente o faturamento, exigindo uma equalização mais profunda na sua estrutura de custos. O que chama a atenção é que nem sempre a redução de empregados, isolada, gera proporcionalmente a compensação do faturamento. Muitos custos fixos podem ainda mascarar o resultado temporário que as empresas acreditam terem ganho com a redução de mão de obra. O que as companhias em geral estão fazendo é o maior aproveitamento possível de assentos, reduzindo assim a necessidade de mais aeronaves em vôo. Essa economia pode ser significativa, desde que não haja prejuízo aos passageiros, cujo descontentamento pode desencadear a busca por novas alternativas de transporte. Aproveitar a capacidade ociosa é o mais importante, desde que isso não acarrete perda de qualidade nos serviços e no atendimento às necessidades dos consumidores. A saída pode estar na busca por parcerias que permitam aproveitar ao máximo de disponibilidade de assentos. Algumas companhias aéreas estão buscando alternativas através de operações em aeroportos regionais, uma área a ser explorada principalmente em virtude dos investimentos efetuados e da necessidade dos clientes de rápida locomoção. As aéreas, porém, não podem fechar os olhos à busca do passageiro pelo diferencial nos serviços. É esse item que cria a fidelização e gera uma alternativa para manutenção do negócio com maior lucratividade, assim como menor necessidade de caixa. Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina – FASM.
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