Com certeza será o nome do novo terminal de ônibus em Porto Alegre em homenagem ao idoso que morreu pela escassez de ambulâncias da SAMU e do despreparo do profissional que se limitou a dizer: - Não foi a ambulância porque não tem, já expliquei. É isso. Vocês têm de entender isso. Ponto, acabou. Assim que tiver ambulância a gente vai mandar. Se vocês estão com tanta pressa, que encaminhem pro HPS, pra Santa Casa. Infelizmente o jardineiro Orlando estava com pressa, mas não entendeu o recado das autoridades e morreu seis minutos depois de dar entrada no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Será que realmente todas as ambulâncias estavam em atendimento? E porque não foi utilizado o veículo de intervenção rápida que estava no pátio do HPS? Quer queiram ou não estamos diante de mais um típico delito de omissão, previsto no Código Penal que prevê claramente a conduta ao deixar de praticar assistência a quem dela necessita. Tratando-se de crime puramente omissivo, pois sequer foi passado orientações sobre como prestar os primeiros socorros. Omissão de socorro que se deu mais uma vez pela incompetência dos gestores que, movidos por inconfessáveis interesses políticos eleitoreiros, tratam a saúde pública em politicagem. Nós sociedade esperamos a imediata resposta da Polícia Civil na abertura do competente inquérito policial, bem como o acompanhamento do Ministério Público Estadual e da Ordem dos Advogados para apurar e identificar os responsáveis por esse flagrante caso de omissão de socorro. Antes que outros como o jardineiro Orlando morram por falta de assistência e passem a ser nome de parada de ônibus, como o jovem estudante Valtair Jardim de Oliveira que morreu eletrocutado em um terminal por negligência das autoridades. Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.
|