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Opinião
24/08/2013 - 08h00
O povo e os doutores (nacionais e importados)...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Depois de toda a discussão provocada pelo anúncio da contratação de médicos cubanos, o Governo emprega, nos próximos dias, os primeiros 400 profissionais vindos da ilha. Vai distribuí-los para locais distantes e na periferia dos grandes centros, onde não conseguiu convencer médicos brasileiros a se fixarem. Mesmo que seja verdade aquilo que os órgãos representativos da classe médica afirmam (que os médicos cubanos não são bons como se diz), o povão desassistido ainda sairá no lucro pois, por pior que possam ser, a presença dos doutores importados será melhor do que o nada hoje reinante. O doente sem assistência é um torturado, e o governo que não cumpre sua missão constitucional de garantia à saúde, sem dúvida, é o torturador.

É necessário todos se despirem de preconceitos e do ranço ideológico. Seja formado onde for, um médico sempre é útil à comunidade a que se dispõe a servir e, para começar o trabalho, tem que passar pelos crivos de fiscalização profissional a que estão sujeitos os nacionais. Não podem ser discriminados só porque vêm da ilha que décadas atrás tentou exportar ao mundo a sua fracassada “revolución” e, inclusive, ganhou adeptos no Brasil, hoje muitos deles ricamente encastelados no poder e bem distantes da simplicidade que pregavam. Não, também, ser favorecidos por qualquer viés ideológico, pois aí o programa marcharia para o fracasso.

Ao instituir o programa “Mais Médicos”, o Ministério da Saúde provou que, embora os profissionais da área digam o contrário, faltam médicos no país. Primeiro abriu a adesão aos nacionais e a eles ainda dá preferência, mas na etapa inicial conseguiu preencher menos de 10% das vagas ofertadas. Agora, ao abrir a segunda etapa, anuncia em paralelo a vinda dos primeiros cubanos, como num recado velado de que, se não encontrar brasileiros, vai continuar trazendo os formados em Cuba até, talvez, chegar à contratação dos 6 mil inicialmente anunciados, motivo de toda a polêmica. Quanto à explorada informação de que parte dos salários pagos aos médicos vai para o governo cubano, isso é problema entre governo (cubano) e médicos. Talvez, diferente do que ocorre aqui, os doutores de lá sejam previamente conscientizados de que têm de oferecer alguma reciprocidade ao investimento feito pelo governo na sua formação e treinamento profissional.

Embora seja denunciada como demagógica, até eleitoreira, a medida é corajosa. Se não consegue os doutores nacionais, busca-se os estrangeiros, faz-se a sua “tropicalização” e os coloca para trabalhar. Mas, além da contratação dos médicos, é imprescindível dar-lhes condições de trabalho. É preciso acabar com toda a ociosidade e sucateamento nos hospitais e ambulatórios já existentes e construir novas unidades para atender às necessidades do povo, segundo padrões aceitáveis pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e outros sérios organismos internacionais. E a providência do determinado Ministério da Saúde, pode muito bem servir de exemplo a ser seguido para outros setores do governo, que naufragam na burocracia.

Quanto aos doutores brasileiros, se quiserem, deverão concorrer com os estrangeiros ora em admissão. Mesmo assim, não pode se abandonar a idéia de criar mecanismos de ressarcimento para aqueles que estudam em escolas públicas ou com bolsas custeadas pelo governo. Eles têm de restituir em serviços ao povo um pouco daquilo que, através dos impostos, a população investiu em seu curso. E nunca mais devem ficar em condições de tornar o povo e os governos reféns de seus interesses mercantis...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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