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Opinião
02/09/2013 - 17h00
As crianças não nascem com preconceito
Sebastião Misiara
 

Conhecemos, em Orlândia, um exitoso projeto idealizado na deficiência da menina Vitória. Sua mãe criou um espaço para que crianças com deficiência convivam entre si. O “Projeto Vitória” nos ensina que “criança não tem preconceito”. A sociedade é que os cria.

Está andando a Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, programa que objetiva mostrar os projetos e programas da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Setembro, dia 13, nos reserva a cidade de Pirassununga para que, no Centro de Convenções, com apoio inquestionável da prefeita Cristina Batista e do presidente da Câmara, Otacílio Barreiros conheçamos os direitos das pessoas com deficiência.

Questões debatidas, como a eliminação das classes especiais e a responsabilidade sobre a preparação profissional da pessoa com deficiência, são tratadas, envolvendo setor público e a sociedade.

A professora Maria Farid, da USP, em trabalho de doutorado constatou que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular pode proporcionar muitos benefícios terapêuticos, decorrentes da interação do aluno especial com as outras crianças.

A pesquisa intitulada “Laço social e Educação: um estudo sobre os efeitos do encontro com outro no contexto escolar”, foi premiada pela profundidade de sua análise.

O aluno especial tinha 4 anos quando começou a frequentar a escola, mas seu comportamento era de uma criança menor. Seu corpo era sem tônus e ele não conseguia desempenhar atividades simples, como se alimentar ou ir sozinho ao banheiro.

Durante o período do ano letivo, a pesquisadora realizou um trabalho de campo na escola com o objetivo de estudar a interação entre as crianças, entre 6 e 8 anos. Além de gravar as entrevistas com todas, a pesquisadora também realizou algumas filmagens das interações entre elas e o aluno especial, dentro e fora da sala.

A professora acompanhou atividades que não eram necessariamente dirigidas por adultos, como jogos nas quadras, oficinas e mesmo suas conversas. As cenas das filmagens eram mostradas a todos, e o aluno com deficiência, apesar de não falar muito, assistia e participava das atividades.

Observou-se que a interação desse aluno com as outras crianças tinha efeitos terapêuticos, na forma como o convidavam a participar das brincadeiras. Passou a dar sinais claros de socialização.

Sentiram, também, a reação das crianças que tinham grande capacidade de perceber quando o aluno especial se mostrava incomodado com alguma coisa, como quando queria se alimentar.

Essa tese reforça a posição da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, quanto a necessidade de escolas comuns, porém com mecanismos que possibilitem a entrada de crianças com deficiência, trabalhadas individualmente, mas de modo articular a todo o grupo da sala de aula.

Prefeitos e vereadores, dentro do novo modelo de sociedade que se cria, estão recheados de grandes desafios. Porém, políticas de inclusão devem estar na primeira fila das preocupações. É o que sentimos nas autoridades de Pirassununga e nas entidades que cuidam desse público, notadamente a APAE, sem dúvida uma grande referência para outros municípios.

Os números mostram o tamanho dos problemas. O IBGE constatou que 45,6 milhões de pessoas com deficiência vivem no país. Que, apenas 18% dos prédios escolares da rede pública de ensino no país têm vias de acesso a banheiros adaptados. E que 4,7% das ruas do país têm rampa de acesso para cadeirantes e nenhum dos municípios brasileiros conseguiu construir a benfeitoria em todas as vias.

A Uvesp vai ao encontro dos interessados. A caravana de Pirassununga promete sacudir a região. Prefeitos e vereadores devem participar, até porque as leis municipais precisam evidenciar-se.

O desafio não é fácil, mas nada supera a visão estratégica, a visão solidária e a vontade política.


Nota do Editor: Sebastião Misiara é Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo.

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