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Opinião
06/09/2013 - 07h05
A escola do trabalho, a escola da vida
Francisca Paris
 

Na trajetória da educação brasileira – que reflete, como não poderia deixar de ser, a história de nossa sociedade – a educação para o trabalho ficou marcada por alguns estigmas. Entre eles, a ideia predominante em boa parte do século passado de que o ensino profissionalizante deveria ser voltado para os filhos das classes operárias, enquanto a escola regular teria o papel de formar médicos, engenheiros e profissionais liberais.

Embora esse discurso soe hoje antiquado, naturalmente, é fácil notar que muitas indefinições restaram. Em pleno século XXI, educação e trabalho não convivem com tranquilidade em nossas escolas. Não é preciso entrar na discussão sobre escolas técnicas e educação profissionalizante para encontrar exemplos. Há perspectivas mais globais e muito contemporâneas para entender essa questão.

Devemos voltar, por exemplo, à escola unitária de Antonio Gramsci, pensador italiano nascido em 1891, mas de grande atualidade. Em linhas gerais, para os limites desse texto, em uma época em que se discutia a formação das classes trabalhadoras, Gramsci defendeu, em sua visão de “escola unitária”, um ensino que não estivesse limitado às técnicas e instruções operacionais, mas uma educação humanista para todos: culta, aberta, atenta às individualidades – e aí, sim, capaz de emancipar o ser humano e transformar sua realidade. Afinal, em sua visão, há uma ligação orgânica entre trabalho e conhecimento.

Essa lição vale ainda hoje, em tempos de competitividade cada vez mais acirrada, em que a educação é o principal pré-requisito para a inserção dos cidadãos no mundo do trabalho.

Os dilemas que vivemos atualmente, em nosso planeta, mostram que discutir a relação entre trabalho e a educação não é estabelecer uma ligação direta da escola básica com as demandas profissionais – até porque podemos estar formando jovens para profissões que logo deixarão de existir, para tecnologias em transição, para modelos de negócio em crise. Vivemos um tempo que não cabem repetições de modelos do passado. O mundo exige flexibilidade, invenção, diversidade.

Por isso, nossas instituições de ensino precisam, cada vez mais, dedicar-se a educar pessoas completas, sensíveis, com um repertório cultural consistente e aberto, capazes de olhar criticamente a sociedade e ativamente transformá-la. Essa é a educação para o trabalho da qual o mundo do século XXI definitivamente necessita.


Nota do Editor: Francisca Paris é pedagoga, mestra em Educação e diretora de Soluções Educacionais do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Saraiva.

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