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Opinião
07/09/2013 - 08h00
A espionagem e o boi de piranha
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Toda a polêmica criada em torno da denunciada espionagem dos EUA sobre as comunicações dos outros países, inclusive o Brasil e até nas comunicações da presidente Dilma Rousseff e seus ministros, até parece brincadeira. Qualquer usuário mediano de internet sabe que existem 13 servidores-raiz no mundo e que 10 deles estão nos EUA, dois na Europa e um na Ásia. Por eles trafegam as informações originadas e destinadas a todos os quadrantes do planeta. Não é preciso ser um especialista para compreender que o detentor de um sistema, além de operá-lo, pode ter acesso ao seu conteúdo e dele fazer uso, seja esse uso legal ou até ilegal. Sabendo disso, o mais seguro é não utilizar o sistema para a guarda ou transmissão de segredos ou informações estratégicas.

Vemos o ex-presidente Lula aconselhar Dilma a dar um popularesco “guenta” no presidente Barack Obama, dele exigindo explicações convincentes sobre o ocorrido. Obama poderia, diplomática ou pessoalmente, dar milhões de explicações e todas elas serem rejeitadas pelo Brasil e outras “vítimas” da indiscrição americana. Certamente justificaria tudo com a grande preocupação do seu país com a segurança própria e dos aliados. Diria, também, que não quer espionar mas, por razões tecnológicas, ao acessar dados daqueles que merecem ser controlados, acaba abrindo todo o bloco de dados. E nem precisaria dizer que a bisbilhotagem existe tanto em nível de governo quando empresarial; só que, dessa vez, sua existência vazou.

O governo é dotado de serviços de inteligência e informação que cuidam de sua segurança. Durante o período militar foi o SNI que agora mudou de nome mas, mesmo com todos os arroubos democráticos, ainda faz suas arapongagens. Ainda existem os serviços especializados das Forças Armadas, dos quais a presidente é a comandante-em-chefe. Todos esses profissionais, custeados pelo dinheiro público para dar proteção ao Estado brasileiro, falharam, pois deveriam ter alertado as autoridades e já trabalhado em meios eficientes de segurança para suas comunicações. E, inclusive, teriam de saber, que todo usuário está sujeito à indiscrição de seu prestador de serviços. Logo, usar os superservidores internacionais, a maior parte deles operada por órgãos do governo dos EUA, deveria ser um risco calculado.

Portanto, caro leitor. Toda essa discussão não leva a nada. Mas pode, muito bem, ser o “boi de piranha” para desviar a atenção do povo dos verdadeiros e urgentes problemas nacionais. Acautelem-se todos para não se arrependerem depois...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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