Sonia de Fátima Machado Silva |  |
15/09/2013. Quase final de inverno... E eu caminhado pela trilha margeada pelo capinzal seco rumo ao velho Rio Paranaíba... Comigo uma ansiedade agalopada... Daquelas que sempre sinto ao rever os lugares onde vivi minha infância e adolescência. O vasto cerradão que circundava o velho rio estava praticamente seco. As árvores quase todas desnudas ainda. Poucos brotos tímidos ousavam desafiar a secura da estação. O que eu via era uma vastidão amarelecida a implorar por chuva. Mas eis que ao longe uma cor metafísica desafiava essa cor de ferrugem. Um lilás vivo e intuitivo resplandecia em meio a esse cenário belo, mas ainda desolador de inverno. De longe avisto o belo e velho jacarandá como uma massa lilás destoante de todo o resto e como a mostrar que tudo se renova. Sua beleza espiritual e mágica parecia purificar tudo ao redor. Parei... E por longos instantes fiquei admirando e meditando aquela beleza. Por fim me aproximei como se aproximasse de algo tão sagrado. Alguns clicks registraram o momento, eternizando-o... O último click, talvez, pois, em breve as águas de uma barragem hidrelétrica o levarão para sempre. Ele deixará de viver para que o homem possa sobreviver. Não direi mais nada... Precisa?
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