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Opinião
19/09/2013 - 11h00
Minorias, coexistência e liberdades
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O episódio das duas ativistas homossexuais que foram algemadas e presas ao se beijarem durante o culto religioso para protestar contra o pastor e deputado Marco Feliciano, constitui um infeliz ato de rebeldia colocado em local indevido. Mesmo que fosse um beijo hétero (entre homem e mulher), não seria aceito naquele local pois, certamente, incomodaria e constrangeria os demais participantes da celebração. Há lugar para tudo que as pessoas devem ou querem fazer, e o templo ou o ato religioso não são o lugar adequado para manifestações sexuais, políticas ou de qualquer outro fim estranho à fé que ali se professa. São corriqueiras as histórias de padres, pastores e outros ministros repreendendo jovens casais que não se comportam respeitosamente para os padrões dos templos e de seus membros. No caso de Feliciano, as pessoas que com ele não concordam, têm todo o direito e, se quiserem, protestar em frente à sua casa, no seu caminho, na Câmara dos Deputados ou até em frente à sua igreja. Mas nunca dentro do seu ato religioso que, não pertence ao ministrador, mas a todos os participantes.

A boa regra de comportamento diz que a liberdade de uns termina onde começa a de outros ou, ainda, que quando não podem coexistir, as “liberdades” têm de ficar cada qual no seu lugar. O lugar onde ocorreu o entrevero do deputado pastor com as militantes era um ato religioso, portanto, impróprio para a militância que ali se pretendeu exercitar. A tentativa de sua realização só poderia terminar mal, como terminou. Os ânimos acabaram exaltados e, numa situação dessas, não é difícil a ocorrência de excessos e até danos físicos.

A modernidade social propicia uma série de avanços às minorias, inclusive aos homossexuais, permitindo-lhes sair do anonimato e gozar de direitos e proteção civil. As igrejas e religiões têm posições próprias e diferenciadas sobre a questão, mas nunca poderão agir contrariamente à lei. Assim como os grupos não podem e nem devem agir contra as celebrações religiosas, pois a lei também garante a liberdade de culto. Reunir as duas atividades num só lugar é, no mínimo, temerário.

O deputado Marcos Feliciano é, sem dúvida, uma figura polêmica e teve sua exposição potencializada ao assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Contra ele protestar no âmbito de sua atuação política e institucional, é legítimo. Mas tumultuar sua atuação religiosa, é ilegal. Mesmo aqueles que não têm crença, hão de compreender que o ambiente religioso deve ser empregado única e exclusivamente para a promoção da paz, da espiritualidade e do bem-estar dos povos. O confronto, se for inevitável, deve ocorrer em outros lugares...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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