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Opinião
20/09/2013 - 17h03
O que a África do Sul pode ensinar ao Brasil
Danny Jordaan
 

A África do Sul sabe como é ser o foco das atenções do mundo esportivo. No início deste ano, o país mais uma vez organizou um torneio de futebol de prestígio, a Copa das Nações Africanas. De todo o continente, fãs loucos por futebol convergiram em nossas praias e se hospedaram em um país que sabe como fazer um espetáculo esportivo digno de lembrança.

Para os competidores, estava em jogo uma cobiçada qualificação na Copa das Confederações, realizada no Brasil, que entrará em foco novamente, com a proximidade da Copa do Mundo. Já tendo estado nesta posição, a África do Sul reconhece que há muito em jogo para o Brasil em termos de posicionamento como uma nação anfitriã de um dos maiores e mais prestigiados eventos desportivos no mundo.

Embora o Brasil já tenha sediado a competição antes, em 1950, tornando-se um dos dois únicos países a sediar a Copa do Mundo duas vezes, muita coisa mudou desde então. No ambiente econômico cada vez mais desafiador de hoje, há um maior reconhecimento do poder do esporte como catalisador para o desenvolvimento do turismo, investimentos em negócios, infraestrutura e como mecanismo de incentivo para mobilização social.

Com esse objetivo, o Brasil deve observar algumas das experiências da África do Sul, negativas e positivas. Como a África do Sul, o Brasil teve sua cota de publicidade negativa em torno de questões como a segurança, como a questão da violência nas favelas do Brasil, trazendo consternação por parte dos turistas e pela mídia. O Brasil poderia seguir o exemplo da África do Sul criando um plano de segurança único para abranger todos os estádios, com um centro de comando e controle nacional para garantir a implementação do mesmo plano em todos os locais de jogos. Isso passa uma mensagem para todos os fãs de esportes e turistas de que a segurança é fundamental e está sendo priorizada.

Na experiência da África do Sul, o futebol tem sido uma grande força para a coesão social. Quando o país sediou a Copa do Mundo de 2010, o esporte tornou-se foco do orgulho nacional, e cada cidadão virou embaixador para o país, pondo de lado as diferenças pessoais e colocando os interesses do país em primeiro lugar. Um ponto-chave que o Brasil pode aproveitar da experiência sul-africana, é que a coesão social também pode ser alcançada usando personalidades do futebol como ícones para reunir todos em um espírito de unidade. Afinal, o Brasil é lar de algum dos maiores ícones de futebol como Pelé, Zico e Rivelino. Estas lendas globais podem atuar como uma força inspiradora para bem nos esforços para estimular um novo sentimento de orgulho nacional em torno do futebol.

Como a África do Sul, o Brasil está enfrentando alguns desafios na contagem regressiva para os últimos ajustes da infraestrutura necessária para o evento. A expectativa é grande, pois se investiu mais de US$ 14 bilhões, não contando os estádios. Como aconteceu com a África do Sul, o Brasil encara agora os inevitáveis questionamentos de se os recursos energéticos, saneamento, rodovias e aeroportos ficarão prontos a tempo.

É sabido que o legado mensurável de sediar uma Copa do Mundo em termos de desenvolvimento econômico ante uma recessão na economia global é significante. Por exemplo, quando a África do Sul estava se preparando, um investimento de quase três bilhões de dólares foi feito em aeroportos, portos, rodovias, telecomunicações e estádios. Os investimentos feitos pela FIFA nos estádios geraram mais de 60 mil empregos na área de construção civil, o que gerou US$ 380 milhões em salários. No geral, o evento criou 130 mil empregos diretos e 415 mil indiretos. Esse tipo de investimento mostra que a Copa do Mundo tem um potencial tangível de contribuir para a redução da pobreza e desemprego, desafios bem familiares para o cidadão brasileiro.

Em longo prazo, um dos grandes resultados da Copa foi a capacidade de atração de 500 mil turistas para as praias sul-africanas, os quais muitos voltaram após a experiência positiva. Mas é preciso manter em mente que os resultados duradouros de sediar um evento como este só aparecerá verdadeiramente nos anos seguintes, quando o real impacto econômico e social se mostrar claro e quando os cidadãos conseguirem se beneficiar dos investimentos e melhorias das infraestruturas. O desafio é dar continuidade a esses benefícios mesmo muito depois do fim do evento, para estimular o desenvolvimento econômico.

Não há dúvidas de que esse tipo de turismo esportivo abre oportunidades sem precedentes para mostrar o que de melhor o país tem a oferecer, tanto para os fãs de esportes quanto para turistas, investidores e para a imprensa global. O posicionamento do Brasil como destino esportivo é bom não apenas para a imagem do país, mas também é uma boa fonte de orgulho nacional.


Nota do Editor: Danny Jordaan, CEO do comitê organizador da Copa do Mundo da África do Sul.

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