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Opinião
21/09/2013 - 08h04
Prefeitos, parlamentares... saqueadores do Brasil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Vinte pessoas que participavam de um esquema criminoso, pagando propinas a prefeitos que – por influência de deputados, senadores e até de um ministro – se dispuseram a aplicar os recursos dos fundos municipais de pensões em operadoras que davam prejuízo, foram presas pela Operação Miquéias, da Polícia Federal. Com os presos, foram apreendidos carros importados, um luxuoso iate e outros bens supostamente adquiridos com o dinheiro da fraude. É mais um fator de desencanto do povo para com a classe política que, em face de dezenas de outros escândalos, recebe, a cada dia, pior avaliação pública.

Pena que o Estado brasileiro, mesmo com todos os recursos tecnológicos hoje disponíveis, talvez por algum motivo, não tenha sido capaz de identificar as fraudes em tempo real. Os esquemas, infelizmente, só são descobertos quando o crime já ocorreu, o erário ou terceiros já tomaram irreversíveis prejuízos e, via de regra, os errantes ainda contam com a crônica lentidão da desaparelhada justiça, que se agrava pela multiplicidade dos recursos e todas as benesses de quem pode pagar bons advogados. Isso quando não acabam, através do corporativismo, varrendo seus crimes para baixo do tapete. É preciso investir em auto-regulamentação. As próprias instituições públicas e privadas têm de ser dotadas de auditorias e mecanismos que, ao sinal de qualquer inconformidade, acionem os órgãos de fiscalização e evitem a fraude e o esbulho.

A faceta mais perversa revelada nesse novo caso é o envolvimento de prefeitos e parlamentares. Para se eleger, esses indivíduos percorreram o eleitorado em campanha, dizendo-se honestos e prometendo trabalhar pela defesa e boa gestão dos bens públicos. Mas, como revelam as apurações policiais, promovem e participam da fraude, que dá prejuízo ao cofre público e a terceiros, e ainda recebem propina pelo malfeito. Feitas as apurações, esses senhores e senhoras, além das penalidades que a Justiça lhes aplicará pelo crime, também têm de receber o devido tratamento pela falta de decoro. Seus mandatos têm de ser cassados e eles banidos da vida pública, por mais influentes que sejam.

Mensalões, sanguessugas, pedras preciosas, desvios da Previdência, propinas e dezenas de outros “casos” provocam asco à população. Agora, além desse apurado pela Operação Miquéias (Miquíeas é um personagem bíblico que denunciava governantes e poderosos que roubavam o povo) também surge a suspeita de que os resultados de jogos dos campeonatos regionais de futebol foram fraudados para favorecer apostadores do exterior. Perde o cidadão brasileiro até a ilusão ficar rico honestamente, ganhando loteria...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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