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Opinião
24/09/2013 - 07h02
Outra vez, a tormenta das águas
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Numa perversa coincidência com o sempre esperado início da primavera, Santa Catarina volta a enfrentar o martírio das enchentes, com 4 mil desabrigados em 56 cidades. Estamos só no começo, pois nos próximos meses teremos a chamada estação das águas que se prolonga até o início do próximo ano. Novas chuvas poderão agravar o problema já vivido e, também, levá-lo a outras áreas. Fenômenos como as chuvas de granizo e os ventos fortes são inevitáveis, mas as cheias – que ocorrem em muitos pontos do Brasil – são previsíveis e mitigáveis. Exigem grandes investimentos e muito trabalho, mas sua solução é possível.

A natureza se desenvolveu em milhões de anos, constituindo nascentes, vales e cursos d’água. O homem chegou e instalou-se nas margens dos rios, começando, involuntariamente, o processo de agressão. A vegetação que cortou para construir sua casa, seus negócios e a comunidade, abriu o caminho para a areia ser arrastada pela enxurrada ao leito do rio, tornando-o mais raso. A construção de prédios e o calçamento de ruas impermeabilizaram o solo e fizeram com que a água antes infiltrada na terra corra direto para o rio. Só essas suas variáveis são suficientes para entendermos a razão das enchentes. Mas existem muitas outras.

Outra fábrica de flagelo em épocas de chuva é a ocupação das áreas de várzea, que a sábia natureza reservou para a vazante nos tempos de água abundante e, em muitas cidades, foram ocupadas por casas, estabelecimentos e equipamentos urbanos. A construção de casas e barracos nas encostas também é agressão ambiental que acaba custando caro à sociedade e, normalmente, causa sofrimento e mortes.

O processo predatório de urbanização não é fenômeno brasileiro. Ocorre em toda parte do mundo. Os países desenvolvidos já resolveram os problemas através de grandes investimentos em barragens e canais, e da criação de métodos de manejo das cheias e outros problemas naturais. No Brasil existem inúmeras iniciativas baseadas em projetos internacionais, mas esbarram na crônica escassez de verbas, na falta de continuidade de um governo para outro, na burocracia e – por incrível que seja – até na corrupção. Toda vez que chega o regular e previsível período das águas, as populações vulneráveis se colocam em alerta, os políticos administradores e aproveitadores de desgraça fazem promessas e, passada a fase aguda, todos se esquecem.

É preciso mais seriedade, continuidade, compromisso social, espírito público e solução. Resolver as enchentes é mais importante do que reforma política, julgamento de mensalões e todas essas coisas que ocupam o tempo e a atenção do governo e das autoridades. Muitos sofrem e até morrem por causa dessa negligência... Ela precisa acabar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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