Suor excessivo pode ser muito desagradável. Felizmente, na maioria das vezes, não está associado com odor ruim. O suor é a principal ferramenta utilizada pelo nosso corpo para manter a sua temperatura. Para que tudo funcione direitinho em nosso organismo, precisamos manter uma temperatura interna de cerca de 36°C. Por isso, toda vez que algo fizer aumentar essa temperatura, iremos suar, explica o dermatologista da Unimed Encosta da Serra Dr. Roberto Rezende. Existem vários motivos pelos quais alguém pode suar mais do que outra pessoa. “Na média, nosso organismo começa a suar quando a temperatura da pele está em 33ºC, mas em algumas pessoas essa temperatura é maior e em outras menor. Algumas alterações fazem a pessoa suar mais também, como a ansiedade e os calorões da menopausa”, diz Dr. Roberto, contando que existem também alterações que fazem com que algumas pessoas suem muito em locais específicos, como axilas, mãos e pés. Conforme o dermatologista, uma das alterações que mais causa incômodo na vida dos pacientes é o suor excessivo na palma da mão, pois isso atrapalha a escrita em alguns tipos de trabalho e também causa certo constrangimento na hora de cumprimentar as pessoas. Mas atenção: o suor excessivo também pode ser um indicativo de que alguma coisa não está certa no organismo. A doença mais comum que se manifesta com excesso de suor é a alteração da glândula tireoide, chamada de hipertiroidismo. Dr. Roberto explica que o nosso corpo felizmente nos ajuda a saber quando estamos suando demais e precisando de mais água, pois nesses casos sentimos sede. “Basta obedecer a isso para evitarmos problemas, principalmente a desidratação no verão. Já o excesso de suor localizado também pode causar problemas, sendo o mais comum as ‘frieiras’, causadas em pessoas que suam muito nos pés. Nesses casos é importante usar sempre meias de algodão e trocá-las pelo menos uma vez por dia”, destaca o médico. Há como resolver este problema? Existem tratamentos para todos os tipos de suor excessivo. É preciso fazer uma investigação para descobrir a causa e daí executar o tratamento correto, que pode ir desde simples alterações de hábitos ou uso de cremes, passando pelo uso de comprimidos, até cirurgias. A mais comum das intervenções cirúrgicas para estes casos é a simpatectomia, isto é, o corte ou cauterização do nervo que causa a regulação do suor no local a ser tratado. A simpatectomia é usada para resolver o excesso de suor das axilas, mãos, pés e até da face. Existe também a possibilidade de ser feita uma lipoaspiração das glândulas de suor das axilas, diz o dermatologista, e este é um procedimento bem mais simples. “Um outro procedimento muito comum hoje em dia é a aplicação injetável de toxina botulínica (Botox), comumente usada para diminuir o suor nas axilas, mãos e pés”, afirma ele. Os desodorantes e o suor excessivo - Não existem desodorantes milagrosos - Quanto mais potente o desodorante, maior a quantidade de substâncias químicas nele, o que aumenta a chance de se desenvolver uma alergia a esse produto - O ideal é encontrar um desodorante que funcione por 12 horas e que seja facilmente removido na hora do banho - Não se deve colocar desodorante antes de dormir! Essa é a principal causa de alergia nas axilas (Fonte: Dr. Roberto Rezende, CREMERS 25079) Fatores emocionais: eles podem influenciar Apesar de não ser grave, a sudorese excessiva pode comprometer a qualidade de vida e ter implicações nas atividades sociais, escolares e profissionais do dia a dia. De acordo com a psicóloga da Unimed Encosta da Serra Ana Paula Schneider Flach, o suor excessivo, também chamado de hiperidrose, pode ter origens no estresse e na instabilidade emocional. “Fatores psíquicos com certeza podem influenciar a sudorese, mas no caso da hiperidrose não são os únicos determinantes. É normal as pessoas suarem mais em situações associadas à ansiedade e estresse. Ela também é referida como sintoma em transtornos de ansiedade, fobias e transtorno do pânico, sendo acompanhada de outros sintomas fisiológicos ou psicológicos, conta a psicóloga. Segundo ela, as situações de ansiedade são muito particulares, mas podem estar relacionadas a situações em que a pessoa se vê exposta a seus temores, como, por exemplo, quando falar em público, em grupos, situações novas ou mudanças. “Já o fóbico pode suar mais quando exposto ao objeto de sua fobia, como viajar de avião, ficar enclausurado, ir a locais de aglomeração ou simplesmente sair a rua”, salienta a psicóloga.
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