18/08/2025  16h37
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
26/09/2013 - 17h00
Um entre muitos
Dartagnan da Silva Zanela
 

Fórmula infalível dum bobo alegre mui crítico: apegar-se a uma teoriazinha bem simplória, materialista e cheinha de chavões para decorar rapidinho e falar bonitinho nas rodas de sociologia de botequim (que, necessariamente, não precisa ser neste ébrio ambiente). Deste modo, poder-se-á palpitar sobre qualquer assunto sempre empregando simiescamente rótulos em tudo aquilo que não se compreende para continuar não compreendendo.

Vale lembrar que é de fundamental importância que se exclua todo o qualquer fato que fuja a seu parvo esquematismo. E não se preocupe! Fazer isso não exige um estratagema complicado. Basta dizer ao seu interlocutor que isso ou aquilo não é cientificamente comprovado, haja vista que o interlocutor do sujeito mui crítico e o próprio apenas cultivam um fetiche ridículo em torno da palavra ciência, não o estudo duma.

E se o assunto for milagres? Bem, aí esse rótulo não pega e os cabeças feitas e cheias de meleca piram. Por exemplo: as ciências já tentaram explicar das mais variadas formas possíveis como uma menina cega, sem pupilas, foi curada instantaneamente através duma oração do Santo Padre Pio de Pietrelcina e nada obtiveram. E a menina hoje é uma mulher e continua enxergando sem as meninas dos olhos.

Mas espere! Não criemos pânico! Às vezes pode-se recorrer aos ensinos do senhor Dawkins (um dos 4 jumentos do apocalipse) e dizer que, por hora, a ciência não o explica, mas que, em breve, será explicado como muitos outros fatos que até então não eram e que, atualmente, são iluminados pelas luzes dos investigadores científicos. Viu só! Cataploft! Mais um rótulo bocó para excluir o inexplicável deste minúsculo universo recalcado.

Pois é, mas descolar esse grude pseudo-epistêmico não é difícil. Basta que saibamos um pouquinho das lides reais das ciências. Ora, um milagre pode ser tranquilamente explicado quanto ao processo de desencadeamento de sua manifestação e continuará sendo o que é: um milagre. O que os cientistas, dum modo geral, não conseguem explicar é o nexo causal que há entre a manifestação dum fenômeno miraculoso e a sua causa eficiente. Resumindo: sim, um dia poder-se-á descrever os mecanismos naturais que levaram uma menina sem pupilas voltar a enxergar, porém, o que torna-se bem mais complicado é explicar porque isso ocorreu, instantaneamente, justamente após o pedido feito por um frei capuchinho (Padre Pio) a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Detalhe: esse é apenas um entre milhares de milagres atribuídos a intercessão de um entre muitos homens santos. Por isso, a prudência e a decência recomendam que tais fatos, tão presentes na vida, sejam colocados no centro da realidade e devidamente meditados para compreendermos o nosso real lugar dentro da criação. Ou então, podemos continuar agindo de modo indecente, desprezando o estudo destes e continuarmos a idolatrar a palavra ciência para disfarçar nossa pusilânime e diplomada estultice-crítica.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.