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Opinião
27/09/2013 - 11h01
Crimes virtuais
Montserrat Martins
 

Ao invés de uma única pessoa, Presidente da República, decidir a indicação de cada ministro do STF, não seria o caso de uma votação popular? Inviável convocar eleições tantas vezes, mas uma votação na internet já seria possível. O problema nem é a dificuldade que milhões de brasileiros ainda tem de acesso à internet, pois essa barreira vem sendo derrubada com a popularização dos celulares, a dificuldade é mesmo a confiabilidade dos sistemas virtuais.

O crime virtual em evidência no momento é a espionagem, mas sem alarde, diariamente, milhares de pessoas são lesadas – até mesmo involuntariamente, por falhas de sistemas de informática de empresas – em transações virtuais. Clonagens, senhas roubadas, o estelionato virtual é o crime do futuro, sem dúvida nenhuma. Roubar banco é coisa do passado.

Você compra e não recebe o produto, ou o saque é feito duas vezes, ou então você simplesmente descobre um rombo na sua conta que não foi você nem ninguém da família que fez. Poucos anos atrás milhares de clientes do Banco do Brasil foram lesados com grandes saques, num dos maiores roubos virtuais no país, mas a notícia não foi amplamente divulgada – suponho que o “abafamento” midiático do caso tenha sido para não popularizar a ideia, do mesmo modo como há resguardo em notícias sobre suicídios. Não sei em quantos bancos privados já podem ter ocorrido casos semelhantes, o do BB eu soube casualmente por ter colegas entre as vítimas do golpe virtual, reconhecido como massivo pela instituição.

Hackers e crackers não necessitam de faculdade, não precisam de bolsa ou incentivo do governo nem de empresas privadas, são apenas jovens curiosos que vão mexendo e descobrindo coisas até ir além do que os outros já sabem. Daí a invadirem sistemas como o do Pentágono, o que já aconteceu, é uma questão de novos desafios às suas inteligências. Esses dias um jovem hacker quis provar falhas de segurança no Facebook e entrou diretamente na página do dono, o Zuck.

Um filme interessante sobre golpistas, anterior à era virtual, foi “Prenda-me se for capaz” (2002, de Steven Spielberg), baseado em história verídica. O “happy end” foi a contratação do golpista pelo Estado, para ajudar a desvendar e combater os crimes de outros golpistas – porque nada melhor que uma mente criminosa para compreender o funcionamento das suas semelhantes.

Não sendo da área, nem tendo a acesso a informações reservadas, desconheço iniciativas semelhantes que governo e empresas venham fazendo para combater os crimes virtuais. Esse tipo de “guerra da informação” não pode ser divulgado, mesmo, senão seria absolutamente ineficaz – só quem é do meio acaba sabendo. Fico apenas na torcida para que evoluam os modos de combate aos crackers (nome criado pelos hackers para os diferenciar dos que usam suas descobertas para golpes virtuais), pois disso depende não só nossa segurança pessoal, como também a evolução da nossa ainda jovem democracia. No dia em que pudermos tomar decisões de interesse do país, de modo coletivo pela internet, estaremos democratizando a democracia.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é psiquiatra. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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