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Opinião
14/03/2005 - 09h01
A politização dos empregos
Rodrigo Constantino - MSM
 
"O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar." - (Hayek)

Muita gente acredita que os sindicatos são benéficos para os trabalhadores. Por uma visão distorcida de que patrões pretendem explorar empregados, essas pessoas acham que esses poderosos sindicatos fortalecem o lado mais fraco dessa "luta de classes", possibilitando ganhos maiores para os "explorados". Nada mais longe da verdade.

Em primeiro lugar, os empresários, em um ambiente competitivo, terão total interesse na boa qualidade de vida dos seus empregados. Afinal, funcionário feliz é produtividade maior. Várias empresas foram inovando nesse sentido, para melhorarem o ambiente de trabalho dos seus empregados, ganhando muito em eficiência com isso. A Souza Cruz, por exemplo, possui uma grande academia para funcionários, enquanto a Embraco estimula a união dos empregados com enormes centros esportivos. No Vale do Silício, as empresas de Internet são totalmente informais, e depositam grande foco na questão do bem-estar dos empregados. Os exemplos são infindáveis. A competição capitalista e a busca do lucro fazem com que os empresários gastem bastante energia na questão da produtividade da mão-de-obra, e esta depende muito da satisfação e qualidade de vida dos empregados.

Na contramão desse interesse mútuo de patrão e funcionário, estão os sindicalistas, que objetivam somente poder político, para que poucos poderosos usufruam de regalias desmerecidas. Não são poucos os casos de sindicatos que substituíram a função de patrão, mesmo que o capital que permite a sobrevivência da empresa e dos empregos não venha deles. Esses sindicatos monopolizam a oferta de emprego, via coerção, e passam a ser os contratantes, inviabilizando que empregados negociem diretamente com o patrão. Em nome dos interesses dos funcionários, esses poucos sindicalistas poderosos maximizam seus interesses particulares, muitas vezes em detrimento dos interesses reais dos trabalhadores.

A lei atual que trata dos sindicatos foi inspirada no fascismo de Mussolini, e garante um poder absurdo a tais entidades. Alguns sindicalistas são tão ricos que possuem até aviões e lanchas, fruto de uma concentração de poder enorme que pressiona os empresários, não a melhorarem a qualidade de vida dos empregados, mas sim dos próprios sindicalistas. Os sindicatos assumem o poder de patrão de facto, não pelas vias competitivas econômicas, mas sim pela via política. Quem paga o preço é o restante do país, como os consumidores que pagam preços maiores pela menor eficiência das empresas, os desempregados que aceitariam outras condições de trabalho se pudessem negociar diretamente com os patrões, ou os empresários que são forçados a reduzir a eficiência operacional para bancarem a festa dos sindicatos poderosos. Todos perdem, os sindicalistas ganham.

Para quem acredita mesmo que foram os sindicatos que trouxeram as vantagens atuais existentes em vários empregos, vale lembrar quem é responsável pelas inovações nas empresas. Imaginem voltarmos um século no tempo e darmos total poder aos sindicatos. Alguém acha que essas pessoas seriam capazes de criar a décima parte que foi criado por empreendedores, criações que facilitaram e muito a vida dos trabalhadores? Alguém acredita que Luizinho iria inventar o ar condicionado ou o microondas? Alguém acha que o Paulinho teria a idéia de criar o programa de stock options para estimular a produtividade? Alguém acha que o pessoal da CUT teria capacidade de inventar o Modelo T da Ford, e todos os demais carros que se seguiram?

Todos os avanços obtidos na produção de bens e serviços foram possíveis através da mente inovadora de alguns, e é o processo competitivo do capitalismo que permite que tal progresso chegue às massas. Os sindicatos não passam de uma barreira artificial nesse processo natural, cobrando um enorme pedágio para que o gargalo seja desobstruído. Monopolizando à força a oferta de trabalho, através do poder político, os sindicatos exploram os trabalhadores e empresários em nome da luta contra a exploração. Os verdadeiros ganhos dos trabalhadores vem da competição livre entre empresas. Os sindicatos são um entrave neste caminho, representando a politização dos empregos. Limitar o estrago causado pelos sindicatos é fundamental para a liberdade dos trabalhadores.


Nota do Editor: Rodrigo Constantino é economista pela PUC-RJ, com MBA de Finanças pelo IBMEC. Trabalha no mercado financeiro desde 1997. É autor do livro "Prisioneiros da Liberdade", da editora Soler.

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