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Opinião
13/10/2013 - 08h14
Os horizontes do Brasil e do mundo
Amadeu Garrido de Paula
 

A crise de 2007/2008 ainda expõe suas cicatrizes em todo o mundo. A recuperação econômica do capitalismo infirmou algumas declarações bombásticas, proferidas por autoridades respeitáveis em momentos em que a percepção consistia numa tragédia generalizada, que decretavam o fim do capitalismo.

Visto que o socialismo real já entrara em colapso, mais pela falta de compreensão, da incapacidade de execução e das tendências espirituais da humanidade do que pela fragilidade da doutrina formulada por Karl Marx e Friedrich Engels, circunstâncias que o esboroaram e tornaram suas premissas teóricas tão utópicas quanto as anteriores formulações de reforma social ou revolução social, nada mais restava.

Numa tarde em que os principais jornais do mundo anunciaram o fim do capitalismo era possível sentir que, aparentemente, nas grandes metrópoles, como disse Gramscy, tudo está derruído; só restava o vento que soprava sobre elas.

Paulatinamente, o homem realizou seu extremo potencial de resiliência. Medidas de vária natureza, adotada pelos governos nacionais e pelas unidades políticas construídas no século XXI, foram capazes de estancar a hemorragia e evitar a propalada morte do doente terminal. No entanto, alguns países ainda se encontram em seus apartamentos e outros nas unidades de terapia intensiva. Todos hospitalizados.

Os emergentes davam indícios falsos de desvinculação das crises hipotecárias e bancárias, como se fossem ilhas de resistência aos vagalhões - grotescamente chamados de marolinhas por alguém que se vangloriava de seus improvisos geniais, capazes de dobrar desafios complexos por meio de bravatas comuns, próprias de botequins - e, com efeito, em determinado momento as próprias lideranças dos povos desenvolvidos admitiram que a salvação da lavoura viria de países periféricos que davam sinais de evolução, como que distanciados da enxurrada que conduzia ladeira abaixo todo o sistema econômico mundial.

O que se verifica do quadro atual é a inexistência de horizontes imediatos de baixa hospitalar das grandes economias e, por outro lado, a constatação do quadro ilusionista que marcou as esperanças dos integrantes do BRIC e de outros países emergentes. Estes continuaram imersos em sua inacabável emergência, sem atingir pontos de solidez que lhes imprimam uma nova fisionomia mundial. O FMI volta a prescrever suas pílulas para esses países, a exemplo de observações de que a China está envolta em problemas sérios, no campo habitacional e no que concerne a seu desenvolvimento desigual, com a permanência das agruras da população rural e a carência de iniciativas privadas, capazes de manter seus elevados índices de crescimento fora de aspectos estratégicos do Estado e do controle unitário e centralizado no plano político. Ao Brasil, o FMI lembra o que a inteligência da nação disse e repetiu “ad nauseam”, desde o advento do plano real: a estabilização monetária imprescindível não poderia deixar de ser complementada por reformas fundamentais de funcionamento de nossa economia - tributária, administrativa, trabalhista, política e, consequentemente ,de seus parâmetros sociais, envolventes da desigualdade, da carência de educação, saúde, infra-estrutura básica etc. Os demais emergentes não escapam das justas críticas.

No caso brasileiro, o pecado omissivo foi complementado por ações irracionais e imprudentes para promoção de atividades lúdicas que, assim que passadas, deixarão um espólio de enormes dificuldades facilmente previsíveis, a exemplo de estádios de futebol inúteis e destinados a se transformar em sucatas gigantescas, como se verificou na África do Sul.

Tais constatações não significam o fim do mundo. Afinal, em suas vicissitudes históricas, o homem sempre enfrentou graves problemas e conseguiu superar momentos piores, como os das duas grandes confrontações mundiais. Todavia, é imprescindível o realismo, a retomada progressiva do crescimento dos EUA e da comunidade europeia e o assentamento de vigas sólidas no campo das nações emergentes - o que importa em transformações de profundidade e erradicação do populismo - a começar do Brasil.


Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado.

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