|
As próteses mamárias têm prazo de validade e precisam ser trocadas caso apresentem rompimento. Segundo alerta Alexandre Piassi Passos, cirurgião plástico do Hospital Sírio-Libanês e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, elas têm garantia de fábrica de dez anos, mas não se sabe ao certo qual sua durabilidade total. “Muitas vezes, o implante continua íntegro depois de uma década”, explica o especialista. Ele lembra, porém, que a própria interação entre o organismo e a prótese pode causar um desgaste natural desta. Por isso, na opinião do especialista, a paciente precisa estar bem informada quando decidir colocar uma prótese mamária, já que é necessário realizar exames periódicos para averiguação do estado das próteses e, caso seja necessário, trocá-las caso haja um rompimento. “As próteses mamárias não são eternas. Para monitorar a integridade dos implantes, há um protocolo que recomenda que as pacientes realizem ressonâncias magnéticas com 3, 5, 7 e 10 anos após o implante. A ressonância detecta 95% dos casos de ruptura nas próteses”, esclarece. A chamada revisão – ou troca de implante – pode acontecer por diversos motivos. “Não é necessariamente uma complicação; pode ser apenas porque a paciente não gostou do resultado, ou porque quer mudar o volume da mama”, informa o médico. Mas, se a finalidade da revisão for sanar algum problema, ela não deve ser feita preventivamente. “Deve-se esperar e só realizá-la se algum problema acontecer”, tranquiliza o cirurgião. De acordo com ele, os implantes mais modernos, de 5ª geração, já não oferecem tantos riscos à saúde como antes, pois são feitos de gel medicinal sem a toxicidade dos silicones de uso industrial, além de outros avanços tecnológicos. “A ruptura do implante é habitualmente pouco danosa à saúde da paciente, porque hoje ele não é tão líquido quanto antes, o que minimiza o seu vazamento”, garante Passos. O cirurgião explica que a ruptura, se ocorrer, conta ainda com uma “barreira extra”, produzida pelo próprio organismo, que naturalmente cria uma cápsula fibrótica para isolar o implante do organismo. Essa cápsula ajuda a “conter” o silicone, caso haja rompimento da prótese. Chame-se de ruptura intracapsular e ocorre em 90% dos casos, explicando, muitas vezes, a não mudança estética das mamas, mesmo com implantes rotos. Intercorrências – Passos afirma que uma das intercorrências mais comuns nos implantes mamários é a chamada contratura capsular, que ocorre quando essa cápsula natural que o organismo cria ao redor do implante torna-se muito espessa. “É como se o organismo quisesse empurrar o implante para fora, em um processo de inflamação crônica natural”, explica. Nesses casos, a mama enrijece e é necessário substituir a prótese. Entre os sinais que servem de alerta às mulheres que colocaram próteses estão mudanças estéticas na mama, endurecimento da região e dor. Nesses casos, o ideal é procurar o médico para descobrir se há algum problema. A revisão também pode ser provocada por ptose mamária (aspecto de mama caída), mau posicionamento e rotação do implante – que pode ocorrer involuntariamente – infecções, seroma (acúmulo de líquido) e rippling (quando são visíveis ondulações no implante). Eventualmente, exames de mamografia também podem contribuir para o rompimento do implante, mas não devem ser negligenciados. “Mas se houver uma boa indicação cirúrgica, a escolha de um implante de qualidade, o acompanhamento profissional especializado e se a paciente for bem informada sobre as implicações do procedimento, as chances de sucesso são muito grandes”, conclui o especialista.
|