Que rufem os tambores! A caravana vai passar com suas aberrações ululantes tão apreciadas nestas terras de serviçais polpudos, dominada por esta casta parasitária que mesmo no ventre da vigésima primeira centúria da Era Cristã, continua a entoar discursos demagógicos que nem mesmo são mais eloqüentes e que, de tanto que foram repetidos e surrados, chegam a rascar os nossos tímpanos e a ferir a integridade do bom senso. Alias, creio eu, que isso é algo que já deveria de ter sido enterrado junto com nossos bisavôs, que Javé os tenha. Mas cá estamos, errantes em meio a esse acampamento de refugiados desta terra de desterrados chamada Brasil, lutando contra o dia a dia, no dia a dia, pela tão dura sobrevivência, para assim suprir a vivência e faze-la pairar em volta com o toque aveludado dos regalos da vida e que assim sorria para nós nas tardes de outono e nas demais estações. Enfim, entra ano e sai ano e lá estamos nós trabalhando para assim podermos saldar as nossas pendências para com nossos credores, ganhando o pão nosso de cada dia com o fruto de nosso labor. Via de regra, todo cidadão que vive nestas terras procura agir desta forma, por mais que impere sobre nós a maldita "lei" de Gerson. Todavia, como nos ensina a Sagrada Escritura Judaico-Cristã, basta apenas um ímpio para que a obra dos justos seja coberta de dolo e nesse caso, nossa pátria brasilis está tomada por esses biltres deste quilate. É de conhecimento geral o tamanho de nossa carga tributária que incide no setor produtivo (empresas, lojas comerciais, trabalhadores, profissionais liberais etc.) e mais conhecida ainda por todos nós a é ineficácia Estatal para bem administrar o dinheiro roubado, digo, arrecadado junto de nós. Para resolver esse problema, o que tem feito a nossa atual governança petista? Ora! Tem tomado medidas extremamente insalubres como, por exemplo, a ampliação dos cargos em comissão que "trabalham" diretamente no Palácio da Alvorada elevando os custos da Presidência em aproximadamente 150%, segundo Carlos Hugo Stuart, conforme artigo publicado no site Parlata em 18 de julho do ano que findou. Segundo o referido artigo, se as contas do Planalto forem vistas "[...] sob a ótica do Tesouro Nacional, elas atingem R$ 2,6 bilhões. É a quantia consumida no período por todos os programas sociais, como o Bolsa Família e o Fome Zero", lembra o economista Ricardo Bergamini, que realizou o levantamento no Tesouro. "É mais do que os R$ 2,2 bilhões liberados para a reforma agrária." Isso ocorre porque Lula atrelou ao gabinete órgãos como as Secretarias da Pesca e da Mulher. "Isso mostra uma total inversão de prioridades", critica o senador Arthur Virgílio Neto, que administrou as despesas do Palácio no governo FHC. "Onde tem gente demais, sobram intrigas palacianas"." Bem, e aí está você, não é mesmo meu amigo leitor, chegando no início deste mês, debruçado sobre a mesa da sala junto com as contas e uma calculadora, com zero matando zero para ver se é possível equilibrar o orçamento que a cada dia se torna mais apertado e, enquanto isso, o nosso Presidente e bem como mais um bom tanto de Governadores e um outro tanto maior de Prefeitos (isso sem falar dos legisladores que parasitam nas três estâncias), a se fartarem com o fruto de nosso trabalho na promessa de nos bem servir e de socorrer aqueles que estão necessitados enquanto nós pagamos duas vezes por serviços que eles deveriam nos prover a contento e que, como todos nós sabemos, ficam aquém do mínimo contentamento. Isso é que dá quando se tem uma mediocracia fantasiada de democracia em que ainda insistimos em acreditar. Coisas de uma nação que se ufana de ser o país do Carnaval.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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