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Crônicas
23/10/2013 - 11h01
Botaram alguma coisa na água?
Marli Gonçalves
 

E não foi só na caixa d´água de uns e outros. Deve ter caído alguma coisa nos reservatórios. Nas represas, lagos, rios, oceanos. Melhor, deve estar caindo do céu, junto com a chuva. Não tem chuva ácida? Então: tem água drogada também. Daí a loucura estar generalizada. Água todo mundo usa. Ou bebe.

Bom dia, Cinderelas! Após muito pensar, livre pensar, como diria nosso Millor, chego a uma conclusão um pouco devastadora, mas perfeita para entender como é que se pode explicar tantas coisas tão fora da ordem, ou nervosas, ou calmas demais onde não deviam estar. Ou, ainda, esse climão geral de desentendimentos, de Fla x Flu; a apatia diante de desmandos. Gente que a gente jamais pensaria anda dizendo coisas que nem nos nossos piores pesadelos imaginaríamos. E gente que a gente achava o Ó, ao contrário, aparece dando aula de bom senso. Quem devia ser contra anda a favor, e vice-versa.

Não tem tantas teorias conspiratórias rodando nas redes sociais? Pois acabo de lançar mais uma. Vocês ainda duvidam que botaram alguma coisa na água? Ou que algum movimento estelar sideral aliado à passagem dos cometas com o aquecimento global e desmatamento da Amazônia tenha transbordado algum pote de uma nova drogueta, vinda lá do céu? Ou - também pode ser, hein! - o efeito estufa causando alguma ebulição do centro da Terra fazendo borbulhas, que emergem como pororocas? Depois, não esqueça, devemos buscar explicações mais detalhadas a esse respeito.

Mas agora, antes, temos de chegar juntos a esta mesma conclusão, até para tomarmos providências possíveis para curar tanta insanidade: botaram ou está caindo alguma coisa na água. Aí ela se espalha, pelos chuveiros e torneiras, inclusive quando a gente toma banho e parece que atinge bastante a cabeça. Nossa presidente, inclusive. Outro dia, de maluca, andou juntando crianças e cachorros num discurso lamentável, já nos anais para estudos psicológicos. Não foi a primeira vez que ela conseguiu ser ininteligível.

Vocês, por favor, não pensem que estou me excluindo. Não! Estou é prestando ainda mais atenção às minhas próprias reações, me colocando como cobaia antes que algum maluco resolva catar bichinhos, cachorros, gatos, ratos e trancafiá-los (seria tão bom se as pesquisas pudessem avançar com a utilização única e exclusiva de baratas! Garanto que nenhum ativista iria libertá-las).

Ando atônita. Tenho vivido dias que, sinceramente, se pudesse ficar enroscadinha na minha caminha, resguardada, não sairia dali por nada. Primeiro para descansar um pouco que ando precisando; mas também porque meu precioso sono tem sido abalado, e não é só pelos descalabros da casa noturna do lado de casa sobre a qual ninguém toma providências. Tem uma tensão no ar, que sei que os sensíveis estão também captando. Chego a pensar, e vocês vão rir, que, se não é a água pode ser, então, a internet, insidiosa, infiltrando-se, literalmente pelos fios, ou por Wi-Fi.

Levem em conta essa opção também. Tudo pode ser culpa da internet. Trabalho com comunicação, o que me faz percorrer o dia todo lendo esses meandros cibernéticos a cada dia mais sofisticados. Não aguento mais ver pratos de comida desinteressantes. Não aguento mais ver gente se vangloriando em viagens e que dão a impressão que só viajaram para poder... fotografar pros outros! Não aguento mais frases feitas e ver gente acreditando em saci-pererê, indiozinhos sendo enterrados vivos e outras patacoadas que bastava um pouco de lógica para ver que são bobagens, simplesmente bobagens. Outro dia vi uma jornalista defender durante horas - e junto a gente séria, que coragem! - que o 11 de setembro, na verdade, verdadeira, não foi obra do Al-Qaeda, não. Poupem-me de dizer quem ela acha que aprontou aquilo que, também, segundo sua tese, não foi bem assim - inclusive os aviões que atravessaram o prédio... Dá vontade de xingar. Torra qualquer paciência.

Por essas e outras, para poder - olha só - perdoar, cheguei à conclusão que é a mais democrática.

É a água, sim, senhor. Botaram alguma coisa. Ou caiu alguma coisa nela.

São Paulo, apavorada, 2013


Nota da Autora: Marli Gonçalves (marli@brickmann.com.br) é jornalista - Será que na água com gás essa droga persiste? Será que tomar banho de banheira ajuda? O que será que será?

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