Sempre que passo por uma cancela fico com medo que ela caia em cima do meu carro. Sou ignorante, não sei como funciona aquela maquininha, se é programada para ficar alguns segundos no ar ou se o sensor ‘percebe’ o automóvel e a mantém erguida até que ele a ultrapasse. Fico imaginando o estrago: capota amassada, discussões, oficina, prejuízo. Fora o aborrecimento. O que eu nunca pensei é que uma delas pudesse cair bem na minha cabeça. Mas aconteceu!

Recentemente, em passeio pela cidade de Itu, meu marido, uma amiga e eu deixamos o carro num estacionamento e de lá estávamos saindo a conversar alegremente, quando senti um tremendo baque no cocuruto. Gritei de dor. Sem saber o que havia acontecido, perdi o equilíbrio e fui ao chão. Caí de lado. Só depois que me ajudaram a levantar é que descobri o motivo: a bendita cancela! Enquanto caminhávamos, ela devia estar no ar e nem a vimos. Os funcionários do local disseram que várias pessoas já haviam sido atingidas, inclusive de maneira pior. Um homem teve os óculos quebrados e uma moça, o rosto ensanguentado. Custamos a perceber que por lá havia uma passagem de pedestres, bem escondidinha, sem nenhuma indicação especial...

De qualquer modo, por sorte não quebrei nada. Só fiquei com dores superficiais na cabeça e uma grande bola de inchaço na coxa, o que me impediu de dormir bem por algumas noites e me fez manquitolar durante o dia. Mas já passou. Felizmente estou ‘nova’ outra vez. Pronta para festejar os quarenta e um anos de casamento!