Certa feita, Margaret Thatcher, naquela que ficou conhecida como uma de suas mais famosas citações disse não haver algo como uma sociedade. Queria ela frisar que os homens e mulheres, cada qual, não poderiam fugir da responsabilidade para consigo mesmos e esconderem-se sob esse manto impessoal onde todos, marotamente, jogam a culpa. Trabalho numa loja no movimentadíssimo centro de Londres, e entre tantos que passam por lá, aparece, obrigatória, a figura do ladrão. E na mesma loja, só que no departamento ao lado (que fica separado do meu por uma parede, como se fossem duas lojas distintas), aconteceu um caso romanesco, literalmente. Depois de fazer as "compras não-declaradas", ia o sujeito saindo triunfalmente da loja quando o alarme de segurança disparou fazendo disparar também o gerente, que no mesmo impulso agarrou-se à perna do homem. Rolaram pelo chão até o gerente conseguir controlar o larápio, tomar de volta o que era devido e enxotar o ladrão sob ameaças: "Se você não sair daqui, eu chamarei a polícia!", foi esse o tom. Depois, retornando, passou uma descompostura nos vendedores, no supervisor e no segurança da loja, quatro marmanjos que assistiram toda a confusão de braços cruzados. Vendedores e vigilante calados, o supervisor disse que esse tipo de coisa não era de sua responsabilidade, enquanto o gerente entoava um suplicante "Como é que fica meu estoque no final do dia???". Todos estavam preocupados em livrar o seu - os funcionários, a pele, e o gerente, o estoque. Ninguém dava a mínima para a questão moral, o fato de um roubo não se justificar e dever ser punido por ser errado roubar. Não havia problema ético, apenas jogo de interesses. Pouco tempo depois chega mansamente o ladrão e, onipotente, reclama a carteira e camisa dele, que na confusão esquecera. E o gerente, num misto de receio e ameaça: "A polícia já está vindo. Se você entrar aqui de novo, vai ser preso!". Foi então que o homem resolveu, não com menos tranqüilidade, ir-se embora. Com a camisa e a carteira. Na mesma loja, só que trabalhando comigo, também era vendedor um caribenho sarado, manhoso, mulherengo, preguiçoso, malandro - enfim, cheio de predicados. Não podia aparecer na loja uma mulher do seu agrado e era logo abordada por um pedido de telefone. Aos homens era pedido o favor de comprar doces numa loja de conveniências que fica atrás. Aos colegas, principalmente a mim, pois tenho o hábito de levar comida de casa para economizar dinheiro, depois de um gracejo vinha a cutucada fatal: "A sua comida é boa, rapaz! Posso comer um pouco?". Mas um dia o rapaz surpreendeu-me. Chego ao trabalho, pergunto por Vítor e escuto do assistente do gerente: "Não veio trabalhar. Ligou e disse que não tinha dinheiro para o transporte, por isso não viria." Fiquei num assombro total: não sabia se ria por divertimento ou de escárnio. Assim passaram-se alguns dias, três ou quatro, e Vítor ligando, sempre informativo: falta dinheiro do transporte para chegar à empresa. Mas este "incidente" pode ter sido motivado por existir anterior insatisfação do gerente para com ele, o que estava gerando um tratamento sutil e negativamente diferenciado. Foi então que o gerente decidiu transferi-lo para outra loja, vindo a desistir temporariamente da idéia em razão de dois inesperados pedidos de demissão. Então Vítor, que já estava animado com a mudança por não simpatizar com o superior, recebeu um banho frio. Tudo indica, pelo menos para mim, que como represália ele veio com essa, mas as minhas suposições não importam, tampouco as reais motivações, o que vale saber é que ele, ao voltar ao trabalho após o jejum financeiro (como ele conseguiu o dinheiro da passagem, já que o dia de pagamento estava longe, para mim ainda é um problema insolúvel) conseguiu a transferência na semana seguinte. A punição, digna de menino mimado, foi ser premiado com o brinquedo que estava pedindo. Nas empresas daqui, pelo menos no comércio varejista, seja de alimentos ou não, ninguém é demitido salvo por faltas muito graves, como roubo. Fora isso, para tudo se faz vista grossa: preguiça, improdutividade, incompetência, malandragem, birra. Por conseqüência, qualquer coisa passa a ser normal e irrestritamente aceita. Outra foi dita pelo meu professor de inglês, num debate em sala de aula. Contou que sua mãe, uma professora, foi obrigada a pedir demissão - ou foi aposentadoria, não me lembro agora - por não agüentar mais os alunos, que, entre outras, a ameaçavam em classe, faltavam-lhe com respeito, trancavam-na na sala, isso tudo com total impunidade, pois criança e adolescente, na Inglaterra, são seres divinos, não importando se estamos falando de monstrinhos. Pelo avesso, se a professora ou até mesmo algum pai, num arroubo de tentar educar a criança fazendo uso de disciplina mais severa - nada mais normal - corre o risco de ser processado pelo Estado, se disso tomar conhecimento, por esse atrevimento hediondo. Na mesma linha segue o exemplo dos adolescentes que perambulam diariamente pelas ruas, como nas imediações do coffee shop onde eu me perpetuo. São conhecidos pela estilizada expressão de trouble makers, que nada mais é que pivete ou arruaceiro - não confundam com mendigos; são adolescentes de classe baixa/média que se divertem fazendo arruaça. Entram no coffee shop, sempre em grupinhos, vão direto aos refrigeradores com comidas e bebidas, escondem embaixo da roupa o que querem e vão embora. Há o pivete gentil, que, ao ser abordado por um de nós, devolve o que tentava roubar; o fujão, que corre com o que pegou; e o desafiador, que sai altivo, de fronte erguida, com o que quer, e ai daquele que tiver o atrevimento de tentar impedir. O motivo? Por lei eles são intocáveis, e sabem disso. Se um de nós arriscar, nem que seja um cascudo, a conseqüência é prisão na certa. Eles saem, pegam qualquer policial, dizem que foram agredidos e, sem precisar provar nada, apenas com a excelsa condição de menor, colocam qualquer um perante a corte. E você pensa que a polícia é afetada por algum lampejo de racionalidade ou sensibilidade para julgar com justiça o acontecido? Não, absolutamente! Não importa o que acontecer, se você tocar num adolescente, será condenado implacavelmente. Numa casa de jogos eletrônicos que fica perto do coffee shop, presenciei uma vez um segurança, um negro maciço e alto implorar, melancólico: "Please, please, get out of here. Please." para um grupo de pivetes com os seus doze anos, que entraram lá para desligar as máquinas da tomada, bagunçar banheiros, acanalhar geral. Os exemplos deslancham, escorregam sem esforço, porém o importante é observar a origem de tal loucura, como tais desvios desvairados são encarados com fátua naturalidade. Não é difícil: o Estado, o grande Leviathan. Tenho a impressão de estar vivendo num mundo de cabeça para baixo, um mundo enviesado onde os certos estão neuroticamente gritando por razão, mas são acuados como animais rejeitados, repetidamente, até chegar a ponto da anestesia decisiva: a luta vai cedendo lugar à conformação. Triste dos que não vêem tamanha manipulação, dos que pensam que a sociedade está apenas passando por uma evolução natural em aspectos como religião, aborto e homossexualidade, por exemplo. Os ladrões que circulam não podiam ser mais bem apadrinhados. O estado os protege de forma tão absurda que qualquer tentativa de fazer justiça através da polícia é, ao mesmo tempo, decepção e desamparo. No caso do assaltante da loja, se a polícia chegasse, certamente o gerente ouviria - "Levaremos o sujeito, mas devo alertá-lo que ele será solto em seguida, salvo se você tiver provas que possam condená-lo." De nada vale ter testemunhas, segurar o ladrão como flagrante, separar a peça de roupa com a tarja de segurança quebrada, até filmar o ato - se ele, ao ser pego, entregar a roupa, o filme não o incrimina porque ele teve a candura de devolvê-la. Enfim, o camarada tem que estar com a maldita da roupa com ele, dentro do bolso, da cueca, seja lá onde for, e ser pego pela polícia, só ela, e assim terá o azar de passar alguns míseros meses no xilindró. A lei joga a favor dele, por isso, como no caso relatado, o safado teve o despudor de voltar à loja para recolher seus pertences. O mesmo acontece com os menores de idade, eles são sagrados, mesmo diante dos pais. Cada vez mais os pais são desencorajados de educar seus filhos sob a ameaça perene do estado. Qualquer palmada corretiva pode virar caso de cadeia, e neste caso, ao contrário do ladrão, o estado não exige muitas provas para tal, um simples depoimento e o "malfeitor" fica a um passo de ser julgado. Instala-se assim a cultura da permissividade, no lar e na escola, locais esses onde as crianças começam a modelar seu caráter. Aos poucos elas vão dominando os espaços, exigindo mais e mais, aprendendo com os colegas e descobrindo por si sós que o absurdo é alcançável, que não há limites para o permissível, que elas é que vão acabar com a razão, tendo-a ou não. Daí para um adolescente ingovernável, é um piscar de olhos - e não à toa que eles, os adolescentes, viram criaturas desprezíveis: fumam maconha dentro de casa, ofendem mães e pais com palavrões, são violentos, desrespeitadores, ociosos, arruaceiros, ladrões, burros e improdutivos. E quando se tornam homens, na melhor das hipóteses, são limitados, incapazes, medíocres. Tudo sob os auspícios do estado que tece toda essa teia macabra dando proteção cega a quem não saber sequer o que significa ter razão. O comportamento do meu ex-colega de trabalho, como também do gerente e de todos que aceitaram a falta como normal (isso mesmo, eu fui o único espantado), eu vejo como mero reflexo dessa sociedade com valores invertidos, superbenevolente para com os errados e implacável para com os certos. O que, para mim, era caso de demissão sumária, à queima-roupa, para o gerente foi uma questão resolvida com uma desinfetante transferência. E o camarada ainda continua na empresa, noutra filial, gracioso, dando as cartas. Mas por que isso? Qual a finalidade de tamanho absurdo? Por que essas coisas súbitas e loucas? Antes de amarrar a mixórdia, relatarei mais alguns fatos. O último período natalino em Londres foi peculiar. Melhor dizendo, ocorreu mais uma daquelas demonstrações de mundo moderno. As referências a Jesus e ao cristianismo foram evitadas ao máximo, banidas muitas vezes. O que se via nas ruas iluminadas de Londres era, entre outras coisas, o personagem de magia, Harry Potter, que por uma elasticidade sem precedentes caiu de pára-quedas na celebração. Os Centros de Empregos, administrados pelo estado e ordenados pelo Departamento de Trabalho e Pensões, foram obrigados a desfazer as árvores de Natal por "razões de segurança". Os funcionários da Câmara foram proibidos de fazer o almoço de Natal a partir do momento em que usassem a palavra Natal. Em substituição, em alguns locais o título foi higienizado para "Almoço Festivo". A Cruz Vermelha baniu calendários com fotos de Maria e José. O cartão de Natal enviado pelo Primeiro Ministro Tony Blair apenas continha o mundano "Melhores votos para o Ano Novo". Essas e outras ações foram perpetradas pelo governo e tiveram a desculpa de "não ofender as outras religiões", um eufemismo barato para o inexorável "queremos matar o cristianismo por acreditarmos que a nossa sociedade não precisa dele, que ele faz parte de uma tradição démodé e que só serve para incutir nos indivíduos a capacidade de reflexão e a consolidação da moral, coisa que queremos eliminar por completo". A ação governamental anticristianismo foi tão absurda que fez um jornal pueril, o tablóide The Sun, lançar a campanha "Salve o nosso Natal". Noutra, o governo britânico, em janeiro passado, através de suporte e financiamento, deu vazão à celebração do Mês Gay nas escolas, realizada em fevereiro. O evento, coordenado pelo Departamento de Educação (???), teve como público-alvo crianças a partir dos sete anos de idade e objetivou conscientizar este público, através do estudo das obras de grandes gays que já passaram ou ainda perambulam mundo afora, assim como se incentivou discussões sobre a temática. Um dos exercícios consistia encorajar alunos a trocarem segredos com os professores. "Através dos séculos homossexuais e bissexuais têm feito contribuições extraordinárias para a cultura, para o conhecimento e para as descobertas.", assim resumiu-se o mote. Meu Deus, nada mais monstruoso!!! O que faz um governo patrocinar, sob a alcunha de educação, tamanho disparate? Isso não tem nada a ver com grandes gays que existiram, como Shakespeare (não sei se o mesmo foi gay, porém o famoso nome é usado para fortalecer a causa), porque eles foram grandes pelo engenho e gênio fora do comum, coisa alheia à opção sexual. E incentivando-se confissões por crianças de sete anos: é brincadeira uma coisa dessas?!!! Só não vê quem não quer: é a tentativa deliberada, por parte de mentes pervertidas e canalhas, de manipular os valores morais de pessoas totalmente indefesas, sem capacidade de julgamento e ainda em formação. Tais ações vêm minando há décadas nossas defesas e resistências, as quais, por sua vez têm base assentada na religião cristã consolidada na sociedade ocidental há milênios, e que agora sofre ataques contínuos por um Estado laico comandado por homens que querem ser César. Os ladrões são protegidos por leis que trabalham contra nós e nos deixam desamparados. Os adolescentes são protegidos por leis que incutem irresponsabilidade e selvageria. Campanha estatal anticristã. Apologia estatal gay para o público infantil. Não existe punição educadora nem mesmo nas empresas. O homem está cada vez mais abandonado, só, a mercê da própria sorte, encoberto por um pano opaco chamado sociedade, que não quer dizer outra coisa senão a diluição deste mesmo homem (que foi feito à imagem e semelhança de Deus) em pedaços irreconhecíveis e sem força alguma. Não temos mais vontades e direitos como indivíduos, somos vítimas da falta de identidade idealizada pelo estado. Há anos perdura uma manipulação sorrateira do estado no sentido de modelar a sociedade, e tal artifício tem mostrado fortes aspectos de uma orientação ideológica socialista, de esquerda, como o governo britânico, que, por um lado, prima pelo esfacelamento da religião e da família como pilares da tradição cristã, e de outro, pelo patrocínio de mazelas de toda sorte como forma de sobrepô-las aos valores desta tradição. Mas não falo apenas de governos socialistas - a ponta visível da coisa - falo principalmente de mentalidades socialistas, essas sim, espalhadas como erva daninha. Para que os preceitos socialistas vigorem em definitivo, é preciso acabar com os valores cristãos, cuja força vem de milênios de tradição e prima pela consciência do homem como ser único, pela liberdade dos indivíduos, pelo direito ao livre arbítrio, pela responsabilidade de cada um para consigo mesmo e com os seus atos, pelo respeito ao próximo, pelo direito ao diálogo e a discordância, pelo respeito à vida acima de qualquer coisa, pela orientação moral de acordo com os ensinamentos do Nosso Senhor Jesus Cristo. Esses valores estão aferrados com tanta força que só sua completa eliminação pode viabilizar oxigênio aos valores socialistas, coisa que foi detectada e enfatizada pela Escola de Frankfurt e por Antonio Gramsci, entre outros. E o que são os valores socialistas, senão o desejo de colocar o Estado acima das pessoas e de submeter a vontade do indivíduo à vontade coletiva. Isso vai fatalmente de encontro aos valores descritos no parágrafo anterior, daí a impossibilidade de ambos coexistirem no mesmo ambiente. Para tanto, já que a moral religiosa tem se mostrado atemporal, é preferível doutrinar a educar, dar voz a minorias que destoem dessa moral, asfixiar os direitos individuais com leis e regulamentos que priorizem grupos, alavancar a sociedade ímpia, ridicularizar religiões. Em conseqüência surgem propostas como a legalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, os movimentos defensores dos "direitos humanos" - que por vezes dão mais direitos (em alguns casos, só dão direitos) aos imorais e antiéticos do que aos cidadãos honrados, a legalização das drogas, as leis que irracionalmente "protegem" crianças, adolescentes e bandidos, a Teologia da Libertação (produto latino-americano). Um importante ponto diferencia o estado liberal do estado socialista. Enquanto o primeiro cria leis que asseguram os direitos dos homens (vale lembrar mais uma vez os direitos à propriedade, liberdade, expressão, religião, com concomitante ênfase na auto-responsabilidade) já embutidos na moral cristã e de nada divergindo dela, o segundo cria leis que vão de encontro a essa moral. Em resumo, o primeiro se submete a uma moral existente, ao passo que o segundo tenta estabelecer uma nova moral. Não por acaso é facílimo identificar pontos idênticos nas agendas de governos socialistas, mesmo em graus distintos. O aborto no Reino Unido é tão comum que se você faz exame em qualquer hospital público e é detectada a gravidez, a primeira pergunta do médico é se você deseja tirar o feto ou não, tudo por conta do estado. Assim o é na Holanda, assim o é na Suécia, assim o é em Cuba - esta, por sinal, gaba-se de sustentar um baixo índice de mortalidade infantil, porém não diz que para cada recém-nascido vivo, 0,71 são abortados sob o patrocínio do estado [1]. E assim, talvez, o será também no Brasil, já que o PT mostrou disposição em reformular a lei do aborto, como divulgado recentemente, com argumentos de que o feto não é um ser humano, mas mesmo que o fosse, estaria sempre subordinado aos direitos sexuais e reprodutivos da mulher; o reconhecimento da realidade de que a prática abortiva já funciona; e a intromissão dogmática da igreja em condenar o aborto, entre outros. Venezuela, Espanha, Rússia, Polônia, mais recentemente Portugal - são todos governos socialistas com orientações semelhantes. Para os que não crêem, é só observar as políticas adotadas em áreas como drogas, homossexualismo [2], aborto e direitos humanos, por exemplo. Onde isso tudo vai parar? Imprevisível. Meu único sentimento é de torpor. Não foi nesse tipo de sociedade que eu pensava envelhecer, constituir família, educar filhos. Acredito ser um caso perdido. [1] Informação extraída do livro Cuba, a tragédia da utopia, de Percival Puggina. Difícil encontrar paralelo mundial para tamanha monstruosidade.
[2] Num artigo com título fantástico - Homobrás, a estatal gay -, que me faz cair em risos toda vez que releio, Janer Cristaldo publicou as justificativas do secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, para o patrocínio de paradas gays em São Paulo e Salvador: "Não estamos repassando recursos para um movimento social, mas para um movimento cultural. O ministério trabalha com um conceito ampliado e moderno." Homossexualismo é cultura só mesmo nas paragens do governo Lula. Outra foi ainda na época de Fernando Henrique Cardoso - devoto do socialismo fabiano, o mesmo que orienta o Partido Trabalhista britânico de Tony Blair - me lembro bem de um comercial estatal que simulava a conversa de um pai e um suposto namorado na porta da casa desse mesmo pai, e quando o garoto se foi, depois da tentativa frustrada de reconciliação, o pai entrou e foi ao quarto do filho, onde já se encontrava a mãe, para consolá-lo. É neste momento que tomamos conhecimento de que se tratava de um casal gay. O comercial aí termina, sem nenhum slogan, apenas com a cena, que claramente queria passar a mensagem de um acontecimento corriqueiro num relacionamento saudável entre pessoas do mesmo sexo, com total aprovação dos pais. Aquilo me chocou pela audácia. Não sei por que cargas d’água a propaganda saiu de circulação com a mesma velocidade que entrou. Nota do Editor: Ranyere Rodrigues é bacharel em ciências administrativas.
|