A inovação é um dos principais valores e fundamento para o crescimento sustentável dos atuais escritórios de advocacia. Alguns advogados já se deram conta de que uma das prioridades de maior destaque no momento que atravessamos vem a ser justamente o uso da tecnologia, que viabiliza, em particular, a transparência, tão difundida hoje como “Governança Corporativa”.

É inegável que já contamos com um número significativo de profissionais, ao redor do mundo, que observa e aposta que as firmas - sejam elas de pequeno, médio ou grande porte - não podem jamais se esquecer da qualidade na prestação dos serviços executados, bem como toda a responsabilidade e diligência que isso envolve.

Por outro lado, vale acrescentar que até mesmo honorários justos e condizentes são alvos de críticas, quando simplesmente apresentados de forma desorganizada e até mesmo impensada, e certo é que não mais se demonstram tão facilmente aceitáveis.

Como forma de detalhar com maior precisão a reinvenção que tanto nos desperta interesse, e a qual julgamos vital para os que permeiam horizontes mais longínquos, explicitamos que a referência cabe tanto à recriação do próprio ensino do direito, como também do profissional da área. Os ensinamentos que envolvem a carreira precisam se ajustar para além do que é demasiado importante, porém, de cunho eminentemente técnico, quase que de forma majoritária.

Não é mais tranquilo que o profissional continue na “zona de conforto” que a grande maioria ainda mantém, particularmente por não ter se dado conta de dois fatores: a tecnologia ter um caráter determinante e a essencialidade de aliar-se aos profissionais de outras áreas, correlatas ou não, mas complementares à execução de serviços jurídicos de áreas diversas.

Buscamos aqui apenas fomentar o interesse e atenção para algo que acreditamos viabilizar uma condução mais acertada da prática legal, bem como a otimização do que hoje se traduz como o bem mais valioso que temos: o tempo!

O esboço do projeto que começa a ser traçado prescreve em primeiro lugar, que venha a ser elaborada uma lista minuciosa de todos os serviços legais disponibilizados pelo escritório, de forma segmentada, ou seja, pelas áreas de atuação das práticas rotineiras, devidamente dispostos e com seus diferenciais minuciosamente apresentados, além dos requisitos formais cabíveis respectivamente.

Na sequência, há de ser apresentado para cada um dos itens da lista um tratamento distinto, isto é, que preferencialmente delimite as tarefas versus tempo e empenho na preparação e execução, lastreados em um número pré-determinado de horas, que permitirá visualizar o montante estimado e previamente acordado com o cliente.

A adequada visibilidade do que almejamos aqui contextualizar, traz à tona o exequível controle sobre a execução. Cada projeto poderá ser devidamente mensurado, ou seja, se por ventura foi realizado dentro do prazo inicialmente acordado, cumprindo os requisitos anteriormente elencados e, consequentemente, com a permissão para que ocorra com precisão o cotejo das horas orçadas versus o resultado financeiro do projeto. Ademais poderá ser realizada uma análise da qualidade do que foi entregue (inclusive, adotando-se um controle adequado do pós-venda).

Pensar à frente é a chave do sucesso. É crucial que o escritório se alinhe e adote uma condizente gestão de processos. Esse sistema de gestão irá proporcionar segurança e veracidade nas condutas, além de conseguir, evidentemente, trazer valor para todos, não apenas para os sócios, mas também para os demais colaboradores, de tal forma que faça seu trabalho valer ainda mais no futuro do que no presente.

Nota do Editor: Cristina Andrade Salvador é advogada, sócia do Miguel Neto Advogados e sócia da empresa de consultoria e treinamento The Legal Leaders.