O sonho de se ter o cabelo liso parece que se tornou realidade. Pelo menos é o que prometem alguns salões de beleza, através de modismos conhecidos como Escova Progressiva, Escova Francesa, Alisamento Japonês, Escova Definitiva e outros métodos que mudam de nome, mas significam a mesma coisa, ou seja, o alisamento capilar. Mas, essa técnica pode representar um risco para a saúde, pois a mistura que é aplicada no cabelo para alisá-lo possui em sua composição uma substância tóxica com potencial cancerígeno. Por ser uma técnica que usa formol na sua fórmula, o tratamento tornou-se muito polêmico, apesar de alguns cabeleireiros defenderem que se a porcentagem do produto for inferior a 3,5% não oferece perigo. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso do ácido fórmico, em alisantes capilares é proibido por ser cancerígeno. O formol é indicado apenas para conservação de cadáveres ou de peças e tecidos de pele feita em laboratório, somente sendo permitido seu uso para outros fins com diluição a 0,2%, desde que autorizado pela Anvisa. Em geral a escova progressiva contém 2% de formol, queratina hidrolisada e emolientes, portanto acima do índice de 0,2% permitido. O formol oferece grandes riscos à saúde. Quando em contato com a pele causa irritação, vermelhidão, dor e até queimaduras. No couro cabeludo pode causar até a queda de cabelos. A exposição prolongada ou freqüente pode causar hipersensibilidade e dermatites e o contato repetido pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado. Portanto, minha recomendação é que, antes de tomar a iniciativa de usar qualquer produto químico é importante uma avaliação de um dermatologista e ver os riscos de alergia que pode causar para sua saúde. Nota do Editor: A Drª Ana Cristina Fasanella é Cirurgiã Dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Cirúrgia Dermatólogica e do Grupo Brasileiro de Melanoma.
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