Ia e vinha, vinha e voltava. Ao sabor dos murros que tomava. Sua alegria, inútil, era dar alegria a quem lhe batia. João Bobo. Bobo João. João Bobo cansou de apanhar. De ir e vir, sem ver o mar. Bobo João cansou. Quando o menino do vizinho, chegou com o prego na mão, pra lhe furar os pés de plástico, não mediu palavras: - Vai tomar... O menino do vizinho não se intimidou com o berro improvável. João Bobo murchou em paz.