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Opinião
03/01/2014 - 11h00
Ano novo, vida velha
Dartagnan da Silva Zanela
 

O ano é novo, mas a vida é a mesma. Todos nós nutrimos nesta época uma enxurrada de expectativas e firmamos, cada um a seu modo, um bom tanto de intenções, porém, a vida continua sendo a mesma. Continuamos sendo os mesmos sujeitos de sempre.

De tão especial que é o momento da virada que a vivemos dum modo banal. Sim, banal. Dizer todo início de ano que iremos fazer deste um ano diferente sem realmente nos empenharmos em fazer a diferença em nossa vida é duma banalidade sem tamanho.

Momentos especiais fazem parte da experiência humana. Por isso, vale lembrar aqui, nestas linhas, as palavras de São Josémaria Escrivá que nos diz que: “a conversão é coisa de um instante. A santificação é obra de toda a vida”. Trocando por miúdos: voto de intenções sem a aceitação do enfrentamento das batalhas diárias que implicam essa tomada de decisão não passa de colóquio flácido de ocasião. Tais votos, por si só, pouco significarão se não aceitarmos a soturna batalha cotidiana de pelejar contra as nossas fraquezas, vícios e manias.

No fundo, bem lá no fundinho, essa é a raiz de todos os nossos males. Temos intenções calcadas de maneira movediça em nossas inclinações turvadas pela má vontade em misto com um apego atávico a nossa maneira de ser que, verbalmente, dizemos querer mudar, porém, sem o desconforto que isso implica.

É a praga do hedonismo! Praga que age dos mais variados modos em nossa sociedade cravando, em nosso coração, enervadas raízes levando-nos a desejar mudanças radicais sem que, de fato, mudemos.

Sim, sei que isso é duma contradição descomunal, mas é isso mesmo. Na prática, o que se deseja nesses ritos mundanos de passagem, como o reveillon, é apenas uma epidérmica sensação gostosinha de bem-estar e nada mais. As promessas e intenções de mudança fazem apenas parte da encenação do momento. A luta diária, indispensável, logo é deixada de lado. Muitas das vezes, nem mesmo é lembrada na ressaca do dia seguinte.

Por isso, sejamos fortes e perseverantes. Que nossas intenções sejam verdadeiras, presentes em cada dia desse ano que está iniciando para que nos realizemos como pessoa e que a dissimulação, o auto-engano e a mentira existencial deixem de ser a substância dos nossos passos por esse vale de lágrimas


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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