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Opinião
16/01/2014 - 07h06
Rolezinho no shopping
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os “rolezinhos”, surgidos em dezembro último, como alternativa à repressão aos “bailes” que os jovens realizavam nas ruas da periferia paulistana, podem, agora, ser apossados pelos desordeiros que, meses atrás, tomaram de assalto as manifestações populares pacíficas e as transformaram em atos de barbárie. Tanto que a própria presidente Dilma Rousseff já se interessou pelo assunto. E tem de se interessar, mesmo! Não pode deixar que, pela ausência da autoridade, a ordem pública seja colocada abaixo e a sociedade, mais uma vez, sofra os prejuízos.

A proibição dos eventos em via pública não é justificativa para a sua “transferência” aos shoppings ou qualquer outro estabelecimento, particular ou público, que possua alvará de funcionamento e finalidade própria. O shopping nada mais é do que um empreendimento particular, destinado à comercialização de bens e serviços, que coloca seus produtos à disposição da clientela disposta a pagar para utilizá-los. Tudo o que se pretender ali fazer de diferente é impróprio ou, pelo menos, depende da concordância e autorização dos administradores e, ainda, da comunicação às autoridades para que se cumpram as normas de segurança sobre aglomeração humana e público excedente.

Os secretários da Segurança Pública de São Paulo e Rio de Janeiro têm razão ao lembrar que a aglomeração, em área pública ou privada – shoppings, aeroportos, repartições, parques – devidamente autorizadas, por si não é caso de polícia e que, se houver tumulto, aí sim, é necessário usar a força policial. É importante, no entanto, que as autoridades, por meio dos serviços de inteligência, identifiquem os autores dos convites a eventos não autorizados e lhes apliquem os rigores da lei (a eles próprios ou a seus responsáveis, se menores) por assumirem o risco de levar grande público a um local não preparado para tanto. Nada impede, no entanto, que as prefeituras, para descomprimir a tensão, destinem áreas onde esses jovens possam se reunir, divertir e liberar suas energias. Isso pode ajudar.

O poder público, que licencia, autoriza e cobra imposto pelo funcionamento dos negócios, tem o dever de garantir condições para sua concretização. Os cínicos especialistas em sociedade, defensores dos “menos favorecidos”, que fazem seu discurso debaixo do ar-condicionado e recebem polpudos salários pagos por instituições públicas, precisam se conter. Eles já deformaram em muito a consciência do povo, impingindo-lhe a cultura dos direitos sem deveres. Deveriam, agora, como reparação, utilizar sua cultura e inteligência para disseminar princípios de cidadania e respeito, antes que seja tarde demais...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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