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Opinião
23/01/2014 - 07h00
A estatística da violência policial
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O sistema de bonificação aos policiais de áreas onde ocorrer menos letalidade, inventado pelo governo paulista, merece alguns questionamentos. O principal deles é se esse simples parâmetro – a morte de menos bandidos em confronto policial – pode efetivamente representar a almejada redução da violência. Melhor seria que, em vez disso, a estatística buscasse saber quantos cidadãos de bem – assim definidos aqueles sem passagem policial – morreram, no período, vítimas de assaltos, latrocínios e outros crimes. Se, de um ano para outro, o número de cidadãos limpos vitimados fosse menor, aí sim, poderia se dizer que houve baixa nos índices de violência.

O ato patronal de pagar gratificação ao policial que mata menos marginais (ou não os mata) em confronto não determina que, concomitantemente, os marginais estarão matando menos cidadãos. Pode, pelo contrário, levar o marginal a cometer mais crimes na certeza de que o policial estará desmobilizado na sua ação repressiva e, até para proteger o próprio bolso no final do mês, evitará os temerários confrontos, onde os policiais quando não morrem, podem, além de expulsos da corporação, ir também para a prisão. É preciso acabar com a hipocrisia ao redor da violência policial. A violência é cometida pelo bandido quando este ataca sua vítima e a polícia é chamada para atender a ocorrência. Se o transgressor continua agindo de forma violenta, estabelece-se o confronto e, muitas vezes, ele é morto, não simplesmente pelo policial, mas em nome do estado e da ordem pública que subverteu. Mesmo assim, a própria corporação policial ainda tem seus meios, avalia as ocorrências de confronto e pune rigorosamente todos os excessos eventualmente cometidos pelos seus integrantes.

Toda a cultura de violência que se criou contra a instituição policial está intimamente ligada aos contestadores de outrora que, para chegar ao poder, incutiram no povo (e alguns deles próprios chegam até a acreditar!) que liberdade é poder fazer tudo sem qualquer regra ou respeito ao direito dos demais. Daí surgiram os ditos movimentos sociais, os manifestantes violentos, os black blockers e, mais recentemente, até o “rolezinho”, que os politiqueiros e os políticos covardes hoje buscam arrebatar dos jovens pobres para poder utilizá-los como massa de manobra.

Estatística que não considere o número de vítimas sem passagem policial mortas pelos bandidos, não é capaz de medir índices de violência. Pode, no máximo, indicar o quanto o governo, preocupado com as eleições, impede a polícia de cumprir sua finalidade. Para resolver o problema salarial dos policiais, o governo paulista – assim como os dos demais estados – não pode recorrer à produtividade. Polícia não é indústria ou comércio, mas uma força de segurança reativa, que deve estar sempre preparada para cumprir sua missão claramente estabelecida em lei. Bom mesmo é quando está preparada mas não precisa agir. Nem mais, nem menos e, sem a interferência política, partidária ou eleitoreira...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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