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Opinião
30/01/2014 - 09h01
O MP, das torcidas aos `black blocs´
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Quando as torcidas organizadas saíram do controle e passaram a brigar, depredar e até matar dentro e a caminho dos estádios, as autoridades – por iniciativa do Ministério Público – proibiram-nas de ir aos jogos, de usar uniforme em via pública e, para evitar novos problemas, fizeram até, que os torcedores mais comprometidos com a baderna se apresentassem à unidade policial durante a realização dos jogos dos seus times. Foram medidas duras, mas capazes de deter a violência que galopava rumo ao descontrole. Agora, temos o quadro ampliado: desordeiros chamados ‘black blocs’ tomam de assalto as necessárias, justificáveis e bem intencionadas manifestações pacíficas e promovem quebra-quebra, desafiam a polícia, desvirtuam o propósito dos idealistas manifestantes e, ainda, cavam a solidariedade de sociólogos, ideólogos e contestadores sociais.

Os policiais destacados para trabalhar nas manifestações ficam entre a cruz e a caldeirinha. Eles sabem que serão insultados e agredidos pelos baderneiros interessados no caos, mas, mesmo assim, evitam abrir o confronto, pois sabem também que se suas atitudes em defesa da sociedade forem consideradas violentas – e invariavelmente o são – terão dificuldades na própria corporação e poderão até dela ser expulsos, já que o patrão-governo, é permeável aos reclamos. O episódio do jovem baleado é prova dessa situação; lembram que a polícia poderia, em vez de atirar, tê-lo contido de outra forma, mas fazem pouco do fato de ele portar explosivo, estilete e bolas de gude e de ter atacado o policial que o perseguia.

Os governantes e os responsáveis pela política social, que mandam a polícia a esses locais, deveriam entender que quando a polícia é obrigada a intervir num acontecimento é porque o evento já está fora de controle. A violência já se instalou e, para contê-la, só a força. O ideal é não permitir a chegada até esse ponto. Os autores de violência nas manifestações deveriam, da mesma forma que se fez – acertadamente – com os torcedores violentos, ser obrigados a comparecer a uma unidade policial e ali permanecer durante as manifestações futuras. Além dos 130 presos no último sábado, só em São Paulo, deve haver mais duas ou três centenas que estiveram recolhidos e foram “fichados” nas manifestações anteriores e poderiam sofrer essa restrição que, no caso dos torcedores ficou demonstrado ser, legalmente, possível. O uso de máscaras e o porte de armas, combustíveis, explosivos ou qualquer artefato que possa servir ao vandalismo precisa resultar em prisão imediata e processo. O Ministério Público, que atua com eficiência no caso das torcidas, precisa ser chamado, pois dispõe de meios para conter os ‘blocs’. Mas há a necessidade do engajamento do Judiciário, do Executivo e das forças da sociedade.

O “remédio” ministrado para a violência das torcidas pode, e deve, ser aplicado aos desordeiros sociais de hoje. E com certa urgência, antes que a situação não tenha mais remédio...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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