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Opinião
07/02/2014 - 17h06
O paradoxo do desenvolvimento
Adilson Luiz Gonçalves
 

São muitos os motivos pelos quais os países do Hemisfério Norte são mais desenvolvidos que os do Sul:

Os rigores do clima; as dificuldades de acesso; a necessidade prover matérias-primas e alimentos, que levou às grandes viagens mercantilistas da Idade Moderna, por terra e mar; e ao colonialismo, com seus massacres, subjugação e escravidão de nativos, e exploração selvagem e ecologicamente inconsequente de recursos naturais, que perdurou por séculos. Também vale mencionar a proximidade e intercâmbio entre culturas diferentes; os constantes conflitos...

Assim, os bárbaros europeus, lapidados pela cultura greco-romana e pela necessidade, forjaram a ferro e fogo seu atual estágio de desenvolvimento.

Já as antigas colônias, seguem dominadas pela força de endividamentos, de governos inconsequentes, de disputas tribais, de tradições políticas e de ideologias arcaicas, gastando fortunas em armamentos e quase nada em infraestrutura, educação e produção. Assim, estão sempre na “rabeira” econômica, industrial, educacional e, até, cultural, pois aceitam qualquer influência externa, “climatizando-a” ou não.

Não é à toa que continuam solo fértil à proliferação de lideranças carismáticas, políticas e religiosas, que transformam inocentes em massa de manobra; e os nem tão inocentes em heróis e ídolos incontestáveis até em seus erros, bem ao estilo descrito por Sun Tzu, Maquiavel ou Engels.

Tem gente que lucra com o desenvolvimento. Tem gente que se sustenta com o subdesenvolvimento.

O ideal seria ter efetivamente desenvolvimento sustentável. Mas não na visão “globalizada” que algumas corporações adotam, de transferir sua produção para países pobres, na expectativa de mão de obra barata e legislações ambientais, tributárias e trabalhistas “flexíveis”. Tampouco na ótica de governos de países desenvolvidos que, depois de anos de destruição do meio ambiente em nome de progresso e poder, hoje, ao lado das mesmas corporações, fazem guerras por matérias-primas de países emergentes e financiam ONGs “ambientalistas” sistematicamente contrárias a ações que levem à sua autonomia energética.

Os países emergentes precisam se desenvolver para gerar riqueza e paz social!

Falar em independência e autodeterminação não faz mais sentido, pois hoje uns dependem dos outros. Consenso e respeito mútuo são mais apropriados.

Os países desenvolvidos viveram um processo, enquanto os países em desenvolvimento tendem a “pular etapas”, o que os tornou meros consumidores ou copiadores de tecnologias defasadas.

De que adianta ter legislações ambientais sofisticadas em meio a “apagões” de energia e altíssimas cargas tributárias? Ou criar reservas indígenas maiores do que estados, onde “nações” podem fazer tudo o que é proibido fora delas? Ou praticar “assistencialismo de estado”, em vez de incentivar ao empreendedorismo e mérito?

É preciso mais ócio criativo e menos ócio sustentado!

Ninguém questiona a importância da preservação do meio ambiente! O que se critica é a lentidão na avaliação dos licenciamentos ambientais, muitas vezes permeada por motivações ideológicas; a multiplicidade de leis e órgãos intervenientes, que favorecem a corrupção; e, por fim, projetos mal elaborados.

Resumo da “ópera”: o esperado e necessário desenvolvimento sustentável – que para alguns países precisa vir na velocidade da luz – sequer vai “de vento em popa”.

Para que haja efetivo desenvolvimento é necessário criar condições básicas para que ele ocorra: educação de qualidade, oportunidades para desenvolvimento de potencial, valorização de méritos, consciência ambiental, incentivo à pesquisa científica, capacidade econômica para investir, reter inteligências e – “chovendo no molhado” – combater a tradição-mor dos países em desenvolvimento, talvez a única “competência” em que eles são superiores às nações mais poderosas do mundo: a corrupção!

Paradoxo: ser desenvolvido no que impede o desenvolvimento!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves, membro da Academia Santista de Letras, é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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