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Opinião
08/02/2014 - 08h00
O apagão e a negligência
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Depois de ter interrompido o abastecimento de eletricidade, os 6 milhões de consumidores dos 13 estados atingidos pelo apagão da última terça-feira, assistem agora as divergências entre o Operador Nacional do Sistema, que atribui o fenômeno à queda de raios na rede, e o Governo, que diz ser a rede “à prova de raios”. Em vez de divergir, melhor seria que se unissem para evitar novos apagar das luzes. Seja lá o que for a causa, ela carece de uma análise profunda e tem de ser combatida da maneira mais eficiente para evitar a repetição do problema, que traz desconforto e prejuízos à população e à economia. Mercê do desenvolvimento, todos somos cada dia mais dependentes de eletricidade.

É comum ouvirmos técnicos do setor afirmando que o país só não entrou em colapso elétrico porque há anos vem registrando taxas de crescimento econômico muito aquém das expectativas. Além disso, temos 76,9% de nossa eletricidade oriunda do setor hidráulico, cujo potencial de exploração já se encontra esgotado e coberto de restrições ambientais. Têm sido muito tímidas as atividades de conservação da energia já disponível e agressivo o desenvolvimento que disponibiliza cada dia mais equipamentos elétricos para a população e os estabelecimentos. A população de baixa renda, que anteriormente dispunha apenas de algumas luzes e geladeira quando muito, tem acesso ao computador, ar-condicionado, freezer e outros aparelhos. Os programas de substituição do chuveiro elétrico por aquecedores solares têm sido tímidos e pouco incentivados. A geração de eletricidade pelo vento tem sido negligenciada a ponto dos geradores já haverem sido instalados mas não poderem abastecer o sistema porque a linha de transmissão não foi construída.

O ocorrido na terça-feira é apenas uma demonstração da fragilidade da infraestrutura nacional. O país que se orgulha de ser a sexta economia do mundo, tem dificuldade para fornecer a eletricidade aos seus consumidores. Algo de muito sério precisa ser feito para garantir a segurança do abastecimento energético. Não é a inexplicável divergência e a atribuição de culpa entre uns e outros que vai resolver o problema. Acidentes ocorrem, mas os responsáveis pelo sistema têm o dever de prevenção para reduzi-los a um mínimo e, mesmo assim, quando ocorrem, não podem fugir às suas responsabilidades. Os governantes e políticos – que hoje só pensam em eleições –, pelo próprio interesse, devem se lembrar que se, no dia 5 de outubro, faltar eletricidade, até as eleições estarão comprometidas, pois são realizadas em urna eletrônica...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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