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Opinião
27/03/2005 - 18h48
A escalada dos galácticos
Faustino Vicente
 

Um dos sonhos mais acalentados pelo ser humano é, sem dúvida alguma, construir uma carreira profissional bem-sucedida e duradoura. Para os mais ousados é chegar no topo do organograma da empresa ou ser o número um do ranking de uma profissão liberal. Por analogia podemos citar o desafio da escalada do Monte Everest - o ponto mais alto do planeta - com seus 8.848 metros de altitude, na fronteira do Nepal com o Tibet. O seu pico somente foi atingido pelo homem em 1953 pelo alpinista neozelandês Edmundo Hillary e seu guia, o nepalês Tenzing Norgay. Chegar no topo do "Everest profissional" é um desafio extremamente difícil, mas permanecer lá é um privilégio de poucos.

Um caso, de visibilidade pública, sobre as dificuldades para manter-se na liderança pode ser encontrado, atualmente, no campo esportivo. Dentre as melhores equipes mundiais uma delas é, sem dúvida alguma, o Real Madrid da Espanha. A sua Diretoria formou, a peso de euros, um autêntico Dream Team - o time dos sonhos - com um elenco de craques da mais alta qualidade técnica objetivando, é lógico, a conquista das mais importantes competições futebolísticas. Acontece que, apesar das indiscutíveis habilidades técnicas dessas "estrelas" - carinhosamente chamadas de "galácticos" - a falta de brilho das mesmas tem frustrado as expectativas da sua fiel torcida. Mesmo com uma estrutura, física, técnica e administrativa, de excelente padrão e um apreciável faturamento anual, os resultados de campo têm sido incompatíveis com as metas do planejamento estratégico.

Salários de causar inveja à executivos de grandes empresas, excelentes condições de trabalho, qualidade de vida de alto padrão, aplausos da torcida e constante exposição na mídia, têm sido insuficientes para evitar os momentos de incertezas, que vivem os "galácticos". Segundo o noticiário esportivo, entre as possíveis causas do baixo rendimento desses diferenciados atletas podem estar a queda das condições físicas de alguns jogadores, uma gorda conta bancária capaz de impedir que a motivação seja a mesma do início da carreira, o excesso de confiança no próprio potencial, a melhor performance de outras equipes, o empenho extra dos adversários em ter o prazer especial de derrotar a consagrada equipe madrileña, o desvio de foco face a vida privada e as atividades empresariais fora do futebol. Certamente, os dirigentes e jogadores do Real Madrid têm competência gerencial e habilidades individuais para reverter a incômoda situação, desde que superem o seu maior adversário - eles próprios.

Esse exemplo revela que, como no alpinismo um passo em falso pode ser fatal, também no mundo dos negócios não é diferente - o mercado pode até não reclamar, mas nunca esquece de se vingar. A alternância da liderança, ao longo da caminhada da humanidade, é encontrada na sucessão dos impérios ou no poderio de nações que no passado dominaram grande parte do planeta e hoje se restringem a pequenos territórios, algumas com economias expressivas, outras pouco representativas. No campo empresarial a história não é diferente, bastando um olhar através do túnel do tempo, e comparar as empresas líderes de hoje com as de décadas passadas. Algumas se mantiveram, outras perderam fôlego e muitas, simplesmente, desaparecem por que não souberam se reinventar.

Assim como no esporte de alto rendimento, as estrelas brilham em todas as atividades humanas, e dessa constelação destacamos: Moisés, Leonardo da Vinci, Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Pelé e Bill Gates. Para reflexão, de cada um de nós, fica a lição de que a conquista da alta performance sustentada encontra-se na atitude do skatista, que usa a ousadia para suas manobras radicais e a humildade para transformar cada queda num degrau a mais na escalada do ranking mundial.


Nota do Editor: Faustino Vicente é consultor de empresas e de órgãos públicos.

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