Para que haja um crescimento dos negócios internacionais é necessário que a infraestrutura logística de um país seja capaz de operacionalizar com eficiência as operações de importação e exportação. Uma realidade para os países desenvolvidos e em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A definição do conceito de logística por si só já explica o que representa, ou seja, eficiência do armazenamento e deslocamento de materiais e mercadorias entre o ponto de origem e o ponto de destino. Para isso é necessário que haja excelências de operações nos processos de armazenagens de operações dos modais de transportes, tais como Aéreo, Aquaviário, Dutoviário, Ferroviário e Rodoviário, nas operações da logística interna brasileira, o que realmente não acontece. A infraestrutura brasileira apresenta sérios problemas no que diz respeito às operacionalizações dos diversos modais, para atender as necessidades atuais da comercialização internacional, tais como: • Disponibilidades aquém do necessário. • Falta e/ou planejamento adequado, baseados em demandas. • Baixos investimentos reais (governo e empresas privadas). • Pouca disponibilidade de profissionais especializados no setor logístico, desde as áreas governamentais até as empresas privadas, em todos os níveis, a partir de profissionais estratégicos até aos operadores de equipamentos de movimentações de cargas. • Sérias deficiências de acessibilidade aos portos dos diversos modais, bem como vias de acessos inadequados, sem reestruturação / investimentos há vários anos. • Problemas de inadequação da intermodalidade, ou seja, ausência de grandes preocupações com a integração dos modais com objetivos claros de eficiência nos processos de movimentações. • Aspectos sindicais / trabalhistas nas operações portuárias brasileira. O Brasil precisa abrir uma ampla discussão entre os vários setores envolvidos com o objetivo de desbloquear estas restrições / gargalos, para agilizar a logística de operações internacionais, visando concorrer com vantagem competitiva com os outros países do mundo. Atualmente se fala muito em gargalos logísticos e muito pouco se faz para superá–los, embora digam que fazem parte dos “investimentos futuros em infraestrutura” (são obras demoradas), mas que na prática, tais investimentos ficam muito aquém do “planejado”, e aí as mudanças são muito poucas perto das demandas necessárias. Os portos federais brasileiros gastaram apenas 28,5% dos recursos previstos pela União entre os anos de 2000 e 2013 (Fonte: Sistema de informações Estatais do Ministério do Planejamento). Por que só 28,5%? O Brasil continua crescendo em quantidade de carga movimentada, mesmo em patamares modestos, mas somente com planejamento e execução de projetos sobre previsão de investimentos, investimentos reais, identificações dos motivos da não concretização dos objetivos esperados é que conseguiremos deixar uma infraestrutura bem mais favorável do que a atual para nossos descendentes. Nota do Editor: Márcio Dias é professor do curso de administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie (mackenzie.br), campus Alphaville.
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