Um habitante do nosso planeta, um qualquer, poderia dizer, em defesa do planeta ou do modo de vida, que este é o mundo que nós temos e pelo menos temos um mundo.

A meu ver, a lógica deste ponto de vista é a de que se pode pensar em mudar o mundo mas não em acabar com este antes de arrumar outro. E pensei em alguma coisa que talvez seja capaz de contribuir no processo de mudança do mundo.

Trata-se de baixar a renda dos mitos. É só um modo de pensar, mas pode ser que a renda dos mitos esteja auxiliando o mundo a continuar sendo como é, em vez de melhorar. Acho muito alta a renda dos mitos. Por exemplo, se um jogador de futebol ganha 30 milhões de dólares em um ano (segundo a fonte, 120 milhões de dólares, e é esse mesmo que você está pensando), cerca de 80 milhões de reais, ganha em um mês 6.600.000 reais e portanto é 22.000 vezes melhor do que o prometido trabalhador brasileiro de 300 reais de salário mínimo do presidente Lula.

Nossa Senhora, um homem vinte e duas mil vezes melhor do que outro. Se a humanidade evoluir e todos forem tão bons quanto esse jogador de futebol, já que todos são filhos de Deus e "todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos", segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em vez de nivelar por baixo, em vez de todo mundo ganhar salário mínimo brasileiro, os 6 bilhões de habitantes da Terra vão ganhar, em conjunto, 2.500.000 dólares (a renda mensal do craque e nova renda per capita mundial mensal) multiplicados por 6 bilhões e que dão a soma astronômica de 15 quatrilhões de dólares, o que é difícil para a economia suportar. O PIB da China é US$ 1,65 trilhão, ora tenha a santa paciência.

Além disso, alguém que ache que também tem direito, mesmo antes de que os tempos mudem, de receber um salário mensal de 6 milhões e seiscentos mil reais, em vez de 300 reais pode começar a fazer planos não de todo aceitáveis para a sociedade, para não dizer sinistros, a fim de não sermos alarmistas nesses tempos mais do que bicudos.

Se alguém tiver idéia melhor pode falar. Só o que não pode é continuar como está. Quanto aos meios para implementar as mudanças podemos pensar em começar com um abaixo-assinado. Acho que o mundo está em perigo, sinceramente.