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Opinião
12/04/2014 - 07h03
A administração do patrimônio-água
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

São Paulo, a maior cidade brasileira e principal centro econômico do país é, hoje, ameaçada pelo desabastecimento de água potável. Culpa-se a seca que se abateu sobre o sudeste brasileiro no último verão, mas a questão é anterior. Técnicos revelam que, desde 2008, os reservatórios do sistema que serve a capital e região metropolitana não se enchem totalmente durante o período normal das chuvas, e o ocorrido agora é apenas o agravamento do quadro. Mesmo assim, os responsáveis pelo abastecimento, embora incentivem o povo a economizar, ainda resistem a admitir a possibilidade de racionamento, rodízio da água nas torneiras e outras medidas restritivas. Parte da população já reclama a falta do líquido.

Se há pelo menos cinco anos os reservatórios não vêm se completando, os encarregados do abastecimento deveriam ter adotado paulatinamente medidas corretivas que pudessem ter evitado a chegada ao nível crítico de hoje. Deveriam já na época que surgiu o problema ter investido em novas fontes de abastecimento do manancial, reforçado o programa de economia, as campanhas contra o desperdício e, principalmente, trabalhado com mais zelo na eliminação das perdas de água tratada através dos vazamentos nas redes. Adotadas na época, essas medidas não despertariam a “guerra da água” que agora se ameaça deflagrar entre São Paulo e Rio de Janeiro pelo manancial do Rio Paraíba, nem os reclamos do interior quanto às águas desviadas das nascentes do Rio Piracicaba. A simples necessidade de manter íntegro o abastecimento da maior cidade do país talvez justificasse a ajuda ou pelo menos o financiamento das obras por programas federais ou até internacionais. Mas pouco ou nada foi feito nesse sentido.

Há muito é conhecida a teoria de que o mundo poderá, ainda, guerrear por causa de água. Mas tudo isso tem servido apenas ao discurso dos políticos, à manutenção de ONGs e a outros fins do que à preservação do nosso patrimônio-água. A despoluição dos rios, embora tenha avançado nos últimos anos, ainda está muito distante do ideal. Os governos, responsáveis pelo empreendimento não são afeitos à continuidade de obras iniciadas por seus antecessores. Já passou da hora de tratarmos com maior seriedade os nossos rios, lagos, represas, abastecimento de água e atividades correlatas. Esse estratégico setor não pode continuar sob a gestão de políticos e funcionar ao sabor dos interesses eleitoreiros. Se continuar assim, a “guerra da água” será inevitável...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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