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Opinião
15/04/2014 - 17h00
A crônica falta de efetivo policial
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Terceirizar o atendimento 190, diminuir de quatro para dois anos o curso de formação dos oficiais, transferir ao trabalho operacional os policiais que hoje executam atividades internas, reincorporar inativos nas funções internas e até a operação delegada, que leva os policiais a fazer jornada extra de trabalho à soldo das prefeituras, são medidas em estudo e implementação pela PM paulista para fazer frente a falta de efetivo. Os números não são divulgados, mas sabe-se que é grande o volume de “claros” nos quadros da corporação que, agora, restam reconhecidos pelas providências em trâmite. Os concursos não têm conseguido preencher as vagas, e é significativo o número de policiais que pedem baixa.

Além de buscar alternativas para mitigar a falta de quadros, o governo estadual, pelas suas autoridades de segurança pública, planejamento e finanças, deveriam também se debruçar sobre a tarefa de identificar as razões do desinteresse pelos concursos. Se existem vagas, pelo menos teoricamente, é porque são necessárias para o cumprimento da missão. Se tiverem o cuidado de analisar os salários pagos à tropa – é o 22° entre as PMs brasileiras – e as responsabilidades de um policial, logo tirarão suas conclusões. A última vez em que a PM paulista sentiu-se relativamente bem remunerada foi há 20 anos, no governo Fleury. Depois, a política salarial de “bônus”, “adicionais”, abonos e ganhos transitórios não incorporáveis, têm apenas tumultuado a vida dos policiais que, desmotivados, quando podem, buscam outras alternativas. Os que ficam, restam desmotivados.

O policial é um trabalhador diferenciado. Seu trabalho é específico e exige, além de treinamento, dedicação, concentração e motivação, atributos que não consegue reunir se estiver com problemas pessoais ou cansado de jornadas extras que é obrigado a fazer para complementar seus ganhos. Pesa, ainda, nessa difícil equação, a falta de assistência do Estado quando são acusados de cometer excessos, o que ocorre frequentemente. Qualquer servidor estatal tem a defesa pelo Estado quando é acusado de falha profissional, mas o policial tem de pagar seu advogado e responde pessoalmente. Isso os poderá levar à desmotivação e ao cuidado para não ter problemas. Dessa situação, o resultado é um trabalho de baixos resultados, mas sem a possibilidade de problemas com os riscos funcionais.

A classe espera, para qualquer instante, o anúncio de um reajustamento salarial negociado com o governo do Estado pelas suas entidades representativas. Todo o quadro foi apresentado em uma série de reuniões ocorridas nos últimos 30 dias. Está claro que com o atual quadro e política salarial, os problemas da PM paulista não se resolverão. Continuará faltando efetivo e o pessoal disponível, como defesa da própria carreira, poderá restar apático e desmotivado. Pior para a população, que carece dos serviços...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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