26/04/2024  12h05
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
17/04/2014 - 15h00
Estranhas letras
Dartagnan da Silva Zanela
 

1.

Dia após dia, vejo-me diante do pálido reflexo da minha imagem que me é apresentada pelo tosco espelho de meu viver. E neste reflexo, o que vejo além da imagem alva? Pouca coisa. Quase nada. Praticamente nada que valha algo.

Vejo apenas um rapaz envelhecido, de passos cambaleantes, que sepultou suas ilusões e sonhos nos distantes ermos que foram encontrados na trilha de sua caminhada.

Dia após dia, vejo-me ainda a caminhar, silencioso, por entre sombras alucinadas que me assombram com sua loucura travestida de realidade. Sombras que tentam, diariamente, convencer-me de que minha jornada é uma peregrinação sem prumo. Plúmbeas sombras que se arrastam em meu entorno com seus delírios de superioridade.

Por fim, dia após dia, enxergo com clareza, o reflexo pálido e cansado do que sou e digo, a mim mesmo: a caminhada continua. A jornada não chegou ao termo. A loucura que me circunda, também não.

2.

A linguagem, segundo muitos, é uma ponte que interliga almas. Para outros tantos, uma muralha. Seja num caso, ou noutro, os indivíduos devem estar dispostos a percorrer a ponte ou saltar o muro para compreender o outro, o mundo e a si mesmos.

A linguagem não é, fundamentalmente, um facilitador. Nem mesmo, necessariamente, um obstáculo. Ela é, por sua natureza, um instrumento que nos permite acessar realidades.

Dum jeito ou doutro, a facilidade ou a dificuldade são apenas detalhes de pouca valia para aqueles que realmente desejam compreender o que seu interlocutor está comunicando. Quando a vontade de compreender, e de ser compreendido, faz-se ausente, inevitavelmente, a linguagem torna-se inútil. Nestes casos, bem provavelmente, o sujeito não compreenderá nada. Ninguém. Nem a si mesmo.

3.

Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, afirma que: “a arte de governar é a arte de ser honesto. Procure cumprir o seu dever e a humanidade lhe dará crédito por suas falhas”.

Belíssimas palavras, porém, em nossas terras, essa excelsa fórmula ganhou outra roupagem. Aqui, a arte de governar consiste na desavergonhada malícia, no fingimento contínuo e no descumprimento de todo e qualquer dever e, tudo isso, fundado na sínica crença de que a sociedade pouco se incomodará com o resultado de seus mandos e desmandos.

Resumindo: lá eles tiveram pais fundadores da pátria e aqui tivemos e temos padrastos usurpadores do povo.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.