As escolas do Estado no município de Ubatuba estão mais para reformatório e Fundação CASA do que escolas propriamente ditas. Apesar das reformas por que estão passando os prédios dessas instituições no município, não somente porque é necessário, mas também para justificar o bom governo do Estado que se finda esse ano, as instituições, que existem para trabalhar o ensino-aprendizado, estão se sucateando nesse quesito para dar espaço a educação propriamente dita. Embora o material pedagógico, sem sombra de dúvidas, seja de primeiro mundo, as famílias de nossas comunidades locais, os pais ou tutores em geral, estão se esquecendo de seus filhos, relegando a educação a um segundo plano. A nossa realidade não é diferente da realidade da maioria do país. Um grande diferencial seria a participação dos pais nas atividades dos filhos na escola, o que não vem acontecendo na maioria dos casos. Entre causas e efeitos, coloca-se uma listagem abaixo. No entanto, somente um estudo profundo dessas situações poderiam modificar esse quadro: 1 – pobreza, 2 – a deterioração da família, 3 – tecnologias de primeiro mundo que chega ao convívio das comunidades sem que haja preparação para isso, 3 – o aumento do tráfico de drogas, 4 – a falta de um trabalho diferenciado e atuante por parte das instituições que trabalham com direitos humanos, 5 – a falta de perspectiva de reformulação séria de nossa Constituição em relação à maioridade penal, 6 – os péssimos exemplos de corrupção por parte de políticos que acabam impunes às condenações, 7 – a falta de investimentos em saúde, 8 – a falta de investimentos em saneamento básico. 9 – a falta de uma distribuição de renda justa e correta. 10 – Há muito trabalho, mas não se investe em empregos remunerados. 11 – Etc. Tem-se um país onde não existe liberdade de expressão, mas libertinagem, a ponto das pessoas fazerem o que querem sem dar importância aos limites! Direitos humanos no país praticamente inexiste e crimes de todas as espécies são cometidos ao Léo e sem punição (sem penitenciária/sem penitências a pagar!). Os marginais (hoje chamados de excluídos, mas que na realidade não estão excluídos!), se misturam à sociedade, aumentando os níveis de insegurança, tornando as pessoas mais vulneráveis, mas também mais individualistas e solitárias! Indiferentes aos seus próprios valores! Somos o país que se mais se paga imposto no Mundo. Não é sentido em meio ao “povão” que existe um retorno em receita condizente, ou um retorno com características vislumbráveis de um horizonte de sustentabilidade, numa real qualidade de vida para o povo brasileiro. Os brasileiros são apartidários de um regime, onde o sistema político, também individualista, com sede de poder, se arrebenta em batalhas entre opositores e governo, como o capitalismo selvagem, a democracia tem se demonstrado libertina e selvagem! Isso tudo num jogo de poder para angariar votos do “povão” prometendo coisas a níveis utópicos e ingênuos. O que acontece, portanto, nas escolas de Ubatuba, nada mais é do que o reflexo de causas e efeitos de um conjunto de problemas que acontecem no país. Somos descendentes de caiçaras e outra grande parte da população da cidade é proveniente de Minas Gerais, buscando meios de vida aqui. Somos limitados a um comércio varejista. O comércio da construção civil teve seus tempos áureos, mas não é mais aquilo! Vivemos do turismo de veraneio. Não temos fábricas, não temos indústrias, não temos hipermercados. O trabalho de nível é escasso! No entanto, os pais conscientes disso, não deveriam usar desses argumentos acima, colocando a culpa no sistema, nos professores e na direção da escola. Mas devem fazer a sua parte! (devem fazer a Escola!), que é a educação do filho em casa e com acompanhamento em suas atividades e tarefas, na sua vida! Desculpa porque não ter tempo, porque trabalha etc. não é argumento para largar os filhos à vida, sem a preocupação de um futuro! Só mudando é que o filho vai aprender a enxergar os pais que tem de verdade! Vai entender os objetivos da escola! Só assim a vida pode melhorar para todos! Como solução em curto prazo, em relação à educação no município, é a elaboração de campanhas para que os pais de alunos aumentem sua fatia de participação nas atividades escolares e de educação de seus filhos. Os professores não podem fazer milagres, nem podem se sentir culpados pelo que vem acontecendo! O trabalho do professor é ensinar! O trabalho das famílias é educar! E o trabalho do aluno é aprender! Somente assim, haverá escolas que aprendem e encaminham os alunos para Universidade! Povo disciplinado, trabalhador, educado e de bem com a vida financeira e econômica! Isso é o desenvolvimento de um país! Penso que seja assim que o Brasil deveria caminhar! Wagner Feldmann Pprofessor do Ensino Básico do município wagof@uol.com.br
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