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Opinião
25/04/2014 - 11h03
O desastre chegou ao IPEA
Célio Pezza
 

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) é uma fundação pública federal ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e suas pesquisas fornecem suporte técnico às ações governamentais. Recentemente o IPEA divulgou uma pesquisa chamada “Tolerância social à violência contra as mulheres” na qual divulgou que 65% dos entrevistados concordavam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser estupradas”.

Essa pesquisa gerou uma onda de protestos dentro e fora do Brasil, e foi assunto na TV britânica BBC, do jornal Washington Post e centenas de veículos de comunicação. Ela deu origem a um movimento onde as mulheres apareciam com pouca roupa e mostravam a frase “Não mereço ser estuprada” que correu o país em poucos dias. O Brasil foi alvo de críticas e brincadeiras maldosas, onde recomendavam o uso da burca (traje tradicional do Afeganistão) como uma forma das mulheres escaparem dos ataques sexuais, já que o povo brasileiro achava certo o estupro, pois a culpa era da mulher provocativa.

Após alguns dias, o barulho foi tamanho que o competente órgão federal publicou uma nota alegando que houve um erro no resultado da pesquisa e o número correto seria 26% e não 65%. Segundo o IPEA houve uma troca nas colunas das planilhas, o que originou este erro brutal. Em seguida, um de seus diretores, o Sr. Rafael Guerreiro Osório pediu sua exoneração pelo erro cometido. De todas as formas, o estrago foi feito e o povo brasileiro foi motivo de desprezo e chacota pelo mundo afora.

Temos também aqueles que acham que a pesquisa estava correta e mostrou o comportamento machista e estúpido do povo, e que o IPEA achou melhor dizer que a pesquisa estava errada para tentar consertar o que não tinha mais conserto. De todas as formas, o que ficou claro é que a dúvida foi instituída nos resultados das pesquisas desse órgão.

Vale lembrar que o IPEA foi criado em 1964 para exercer um papel de consciência crítica das ações dos governos. De lá saíram pesquisas que orientaram o desenvolvimento do país, até o momento em que o governo Lula deu início ao afastamento dos intelectuais que não partilhavam das ideias do seu partido. A cientista política Lucia Hippólito comentou, à época, que seria desastroso se o governo Lula destruísse um dos mais importantes e independentes centros de estudos econômicos do país. Trocaram competência por política partidária e aí está o resultado. O desastre chegou ao IPEA.


Nota do Editor: Célio Pezza (www.celiopezza.com) é escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra – Recomeço.

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