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Opinião
06/05/2014 - 17h00
A missão do médico cubano no Brasil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Tive a oportunidade de, dias atrás, visitando Macatuba (SP), minha terra natal, encontrar uma médica cubana, do Programa Mais Médicos. Não vou declinar seu nome para evitar possíveis transtornos. Em trajes simples, humilde, simpática e com gestos firmes, disse-me o que veio fazer no Brasil. Seu trabalho, por definição, formação e cultura, é atender preventivamente a população, para evitar que as pessoas fiquem doentes, tenham de recorrer aos congestionados hospitais, onde o tratamento é mais caro que a prevenção e, além do decorrente sofrimento físico, ainda podem não conseguir a cura. Disse-me que em seu país é assim que a coisa funciona, e dá certo.

Já que a oportunidade surgiu, procurei matar a curiosidade. Perguntei como eles, profissionais cubanos, muitos com dificuldade para entender o português, fazem para pular a barreira idiomática no relacionamento com a clientela, muitas vezes composta de pessoas humildes e com vocabulário específico da região onde vivem. Sua explicação foi pronta: embora a boa comunicação seja desejável, o médico de ambulatório não é um socorrista de emergência a correr contra o relógio para salvar a vida do paciente em crise. Mesmo que inicialmente tenha dificuldade de comunicação, sua capacidade de exame clínico o encaminhará a montar o diagnóstico, pois as doenças são mundiais e os sintomas também. O mesmo mal que acomete os cubanos pega os brasileiros, bolivianos, argentinos e cidadãos de qualquer parte do mundo, em intensidade maior ou menor, dependendo das variáveis locais.

Os médicos cubanos – lembrou-me a doutora – são formados para combater doenças tropicais, o que os coloca em condições de atender as populações tanto do seu país quanto de extensas regiões do planeta, inclusive o Brasil. O receitar medicamentos também não é o problema pois, no trabalho que realizam, empregam os princípios ativos e os sais, constantes da literatura mundial, todos disponíveis na farmacopéia brasileira. Além disso, há o treinamento e os materiais disponíveis para a “brasileirização” de sua atividade.

Confesso que carregava comigo preocupações em relação à denunciada má formação dos médicos cubanos e à sua difícil comunicação com os pacientes locais. Agora, depois da conversa com a doutora, que derivou para detalhes que não caberiam neste simples artigo, chego à conclusão de que, se não forem impedidos, os integrantes do Mais Médicos poderão criar novos horizontes para a saúde do povo brasileiro. Oxalá os outros 7400 cubanos selecionados, juntamente com os 1200 brasileiros que também aderiram ao programa, consigam fazer a saúde chegar ao nosso povo antes das doenças...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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