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Opinião
13/05/2014 - 11h01
Monopólio ou multilateralismo?
Montserrat Martins
 

Num debate sobre Marketing entraram em jogo vaticínios de que o WhatsApp vai “matar” e suceder o Facebook como este fez com o Orkut, ou se haverá público para a utilização simultânea de diferentes redes sociais nos próximos anos. Uma tese é a dos monopólios sucessivos, a outra é a da diversidade de públicos para várias redes simultaneamente. Este debate vale para o século XXI como um todo: será um século com a marca do monopólio, ou do multilateralismo?

O monopólio americano do século XX será sucedido pelo chinês ou há esperanças de um mundo multilateral? O crescimento chinês foge do padrão, assim como o coreano aliás, e assusta pela invasão dos mercados mundiais com os seus produtos a baixo preço. Para isso utiliza uma política de produção agressiva que começa com uma mão de obra muito barata, quase escrava, e sem cuidados socioambientais que gerem custos. É uma cultura “espartana” onde a lógica do Estado monopolista se sobrepõe aos possíveis direitos da população.

Mas há gargalos na China: o envelhecimento da população e a transformação do perfil desta, que estaria se tornando mais propensa a reivindicar melhores condições de trabalho. A poluição já é um problema, assim como o esgotamento dos recursos hídricos. Quer dizer, há uma crise anunciada e por isso a China aprovou recentemente uma nova legislação ambiental, dando maiores poderes para seus órgãos ambientais, o que certamente vai impactar o custo de produção.

O imperialismo militarista, à la Bush, está em descrédito. Alemanha e Japão que sofreram sanções após a segunda guerra se beneficiaram por não poderem ter gastos militares e assim se focaram no crescimento econômico, que é hoje o maior fator de domínio global. O imperialismo do século XXI é comercial, mais que militar.

O capitalismo não tem pátria e o imperialismo não tem fronteiras: americanos e europeus em crise econômica e tidos como superados com a expansão asiática, se renovam fazendo parcerias comerciais com os próprios asiáticos. Para uma multinacional de origem americana ou européia, é mais lucrativo colocar fábricas lá na China, pagando menos pela mão de obra. Haverá influências, pressões recíprocas, das conquistas dos trabalhadores ocidentais sobre a sociedade chinesa? A questão é se direitos trabalhistas, qualidade de vida e condições socioambientais avançarão lá.

Até agora as multinacionais se sobrepõe aos países e apenas “democratizam a exploração” da mão de obra semi-escrava. Faltam os direitos humanos, falta a democratização da cidadania. Na área das tecnologias, americanos e europeus ainda estão à frente, apesar do vigor comercial asiático. Em liberdade para a inovação, então, ainda não há empresa no mundo comparável à Google.

No Brasil temos a crise da indústria calçadista devido à concorrência desleal, o que fez com que grandes empresas do setor também se mudassem para lá. Mas nesse caso a solução passa por agregar valor ao produto, quer dizer, ocupar o nicho da demanda por produtos com mais qualidade. Somos um país com economia primitiva, apesar de grande, dependente das “commodities”, quer dizer, matérias-primas sem valor agregado. Durante o século XX fomos dependentes do imperialismo comercial americano e agora passamos à dependência do chinês. O imperialismo chinês pode sobrevir ao americano, mas é possível que as conquistas sociais cidadãs do século XX influam no processo também, dando novo tom ao século XXI. Valorizemos o multiculturalismo, com suas possíveis qualidades, enquanto os chineses crescem.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é psiquiatra. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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