Sempre que vou fazer alguma coisa no shopping, passo diante de uma série daquelas poltronas de massagem que ficam num corredor. Às vezes vejo gente sentada ali a conversar ou esperando alguém com pacotes no colo. Outro dia vi um rapaz recostado, de olhos fechados, que parecia dormir. Diante dele, em pé, uma senhora que devia ser sua mãe aguardava. Morta de curiosidade, parei e fiquei olhando. A mulher, então, perguntou se eu já havia experimentado e se pôs a dizer que era uma delícia. É só colocar uma nota aqui e apontou uma fenda no braço da poltrona, onde havia uma plaquinha com o desenho de notas de 2, 5, 10, 20 e 50 reais. É o tempo da massagem, ela explicou. A senhora escolhe, põe o dinheiro aqui e a cadeira começa a funcionar. Não me contive, logo me instalei e coloquei uma nota de cinco reais que a maquininha imediatamente engoliu. Como num passe de mágica a cadeira passou a se mexer, reclinando o encosto. Duas abas feito canos de botas prenderam minhas pernas e algo como rodinhas de um mini trator começaram a subir e descer pelas minhas costas. Às vezes iam até o alto da cabeça e voltavam fazendo alguns rodeios até alcançar novamente a minha cintura. De vez em quando o fundo da cadeira se movia também. Uma massagem e tanto! Cinco minutos depois a poltrona voltou à posição normal e o bem-bom acabou. Saí de lá pisando nas nuvens.

Nem preciso dizer que voltei outras vezes e aumentei a dose usando notas de dez reais. Contando em minutos parece pouco, mas não é. Vale a pena, é realmente uma delícia! Mil vezes melhor do que qualquer comprimidinho relaxante.