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Opinião
20/05/2014 - 11h04
Suicídio e sociedade
Gregorio Vivanco Lopes - ABIM
 

Um amigo contou-me que uma colega sua de trabalho, moça bonita, bem apessoada, por volta de 30 anos, casada, com um filhinho de poucos meses, foi acometida de uma doença que a deixou inchada, sobretudo o rosto, que ficou avermelhado e com protuberâncias.

Entrou numa depressão que a levou a atirar-se de um andar alto do edifício onde morava, morrendo instantaneamente.

Não conheci essa moça, mas o fato me impressionou e passei a refletir sobre ele. Quantos suicídios vão ocorrendo nos dias de hoje!

Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade. (¹) Projeções da Organização Mundial de Saúde, com base em tendências do final do século XX, indicam que em 2020 haverá cerca de 1,53 milhão de suicídios; sendo que 10 a 20 vezes mais pessoas tentarão suicidar-se em todo o mundo. (²)

No Brasil, estimativas sugerem que ocorram 24 suicídios por dia, mas o número deve ser 20% maior, pois muitos casos não são registrados. A quantidade de tentativas é de dez a 20 vezes mais alta que a de mortes. Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4. (³)

Normalmente é na juventude que a pessoa tem mais desejo de viver, tem planos, tem empreendimentos a realizar, tem ilusões. Por que pôr fim à vida? Por que essa falta de coragem de enfrentar as adversidades?

Os estudiosos de modo geral atribuem essa calamidade ao fato de que a sociedade moderna é de molde a tornar as pessoas muito egoístas, cada um por si, faltando compreensão e apoio a quem dele precisa. Aprofundemos.

O Antigo Regime, como era designada a sociedade anterior à Revolução Francesa, tinha uma concepção profundamente familiar da sociedade. Os indivíduos existiam dentro das famílias. É ali que eles se formavam para a vida quando crianças, recebiam os estímulos para um desenvolvimento reto da personalidade quando jovens, apoio quando adultos e proteção quando as cãs lhes cobriam as cabeças e as forças diminuíam. Na família eles eram compreendidos e amados durante toda a sua existência e amparados pela religião.

Com a Revolução Francesa veio a era moderna, com seu individualismo e suas liberdades. Progressivamente foram sendo implantados o divórcio, o aborto, as leis permissivas de todo gênero. A família monogâmica e indissolúvel implodiu e cada um de seus elementos foi jogado para um lado. Crianças, para as creches; jovens, para os pseudo-prazeres da sexualidade, do rock, do funk, da droga; adultos, para a disputa acirrada pela subsistência; velhos, para os asilos.

Como estranhar que o número de suicídios cresça assustadoramente?

Notas:

(¹) http://www.rferl.org/content/article/1071203.html

(²) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1489848/

(³) Julliane Silveira, in Folha de S. Paulo, 18-3-2010


Nota do Editor: Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da Agência Boa Imprensa – (ABIM).

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