Minha família é assim, uma graça.

Uma casa que é um ponto de encontro feito praça, pra quem chega, fica, sai, volta e aconchega.

É uma valsa triste, é um samba quente que se embala no compasso da Márcia.

Minha família é feito mesa bagunçada pra gente.

É sempre ter alguém te esperando pra contar que espera você.

Coloca as palavras na sala e ao redor do tapete, da casa da Maeve.

Minha família é uma roda de afetos, de quem falou isso e aquilo, de quem vai, mas não volta, de quem sonha e não sente que o melhor é a família da gente.

Minha família é assim, um banco vazio, uma cortina aberta, uma imensidão de corpos que se abraçam na cama bem de dentro do coração.

Minha família é então, uma grande varanda, uma poesia no ar, pra quem quer sempre voltar, feito ciranda e criança.

E hoje ainda é assim, poetizando a Mônica, enfim, pra que todos digam sem dizer que se amarão até o fim.