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Opinião
03/04/2005 - 09h01
Trololó pseudo-educativo
Dartagnan da Silva Zanela
 

Acesso a um curso superior passou a ser sinônimo de "preocupação" para com o desenvolvimento de nossa nação onde nossos governantes infectados com idéias coletivistas procuram apresentar suas propostas que supostamente irão resolver o problema da desigualdade social. As mais bem quistas por esses são as ações afirmativas, as ditas cotas.

A idéia seria proporcionar para os jovens que não tiveram uma educação de nível Fundamental e Médio de boa qualidade pudessem ter acesso a um curso de nível superior, pois, via de regra, não poderia competir em pé de igualdade com alunos de classes mais abastadas que tiveram a possibilidade de pagar por uma formação de melhor qualidade. Mas, o que há de errôneo nisso? Tudo, e por isso passaremos aos por quês e aos entretantos do ponto deste conto mal fadado.

Em primeiro lugar, por que os jovens de baixa renda estão tendo uma educação básica de baixa qualidade sendo que a Carta Magna de 1988 lhes garante esse direito? Ora, porque estudam em escolas públicas, "mantidas" aos trancos e barrancos pelos "justa" administração pública de nossos tributos, não é mesmo? Então quer dizer que o poder público está admitindo que é incompetente no (des)cumprimento de sua obrigação constitucional? E aí para disfarçar o dolo, inventa meditas paliativas de cunho populista para acobertar a sua inépcia e ainda, joga a culpa na truculência da sociedade capitalista.

Diante desses descalabros, fico cá com meus botões a me questionar: Não seria mais sensato se ao invés de se investir em programas na forma de ações afirmativas, fosse propiciado um forte investimento na educação fundamental, nas escolas públicas para que esses jovens pudessem competir em pé de igualdade com aqueles que estudam em escolas particulares para assim, em um futuro próximo, termos realmente um nível de excelência em nosso sistema educacional? Não seria mais interessante se, ao invés de criar cotas para estudantes de escolas públicas, para negros e índios, se criasse um sistema de bolsas de estudo para os estudantes que apresentassem no ensino Fundamental e Médio um ótimo desempenho, premiando assim aqueles que sempre foram dedicados e cumpriram com maestria o seu papel de educando? Será, meu caro amigo, que isso não seria um ótimo estímulo?

Mas não, tais práticas não rendem pontos na corrida burlesca das políticas populistas. Premiar a excelência, não rende voto e assim não dá reeleição. O negócio para esses pusilânimes disfarçados de Estadistas é alentar a mediocridade para que assim possa-se da melhor maneira possível adestrar os seus animais de estima que abundam neste país, que se acostumou por chamá-los de cidadãos.

Por isso afirmamos que apenas poderemos falar que a educação neste país estará sendo tratada com o devido zelo quando tivermos realmente um forte investimento em educação básica, limpa de pendores populistas que nos sufocam como, por exemplo, o trololó do passa-se para atingir-se metas estatísticas necessárias para se dizer que todas as crianças estão nas escolas. Bem, lá elas estão, mas fazendo o quê? Servindo de números para as metas estatísticas do velho trololó pseudo-educativo que fervilha em nossa nação.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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