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Opinião
10/06/2014 - 07h00
Protestos, Copa e ternura...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Chegamos, finalmente, à semana de abertura da Copa do Mundo, a realizar-se no Brasil 54 anos depois da vez anterior (onde perdemos na final) e depois de termos nos transformado no único pentacampeão mundial de futebol. Pena que o evento esportivo tenha se transformado em objeto de protesto. Será muito ruim para a imagem internacional do Brasil se as minorias ativas e radicais conseguirem, de alguma forma, atrapalhar a concretização dos jogos. Mas será desastroso se, para evitar o comprometimento das partidas, for necessário o enfrentamento de guerra aos manifestantes.

A greve dos metroviários de São Paulo, que ameaça deixar sem transporte os torcedores da abertura da Copa e de outras partidas no Itaquerão, já vai além do sensato. Ao confrontar a ordem judicial de cessação do movimento, seus líderes abrem a guarda para retaliações trabalhistas e o uso da força para o restabelecimento da normalidade no transporte. Antes de ser um mero protesto à Copa, o movimento é resultado do desleixo e da leniência das autoridades que, em movimentos anteriores, dessa e de outras categorias, não atenderam devidamente as reivindicações, deixaram de cumprir suas prerrogativas e, inclusive, fizeram vistas grossas para a infiltração de grupos oportunistas e baderneiros. Com as classes de serviços essenciais, deveriam abrir negociação pelo menos 60 dias antes da data base, para evitar a greve e o sofrimento da população.

Lastimavelmente, mais uma vez nos deparamos com o resultado do engolfamento democrático das últimas décadas, onde as autoridades deixaram de exercer suas obrigações só para reafirmarem sua condição libertária e oposta ao regime de força anterior. Esqueceram-se que a própria democracia, para sobreviver, também deve ser dotada de autoridade e cumprimento das leis. Nesse estado de coisas, surgiram as organizações reconhecidamente criminosas, que desafiam os governos, e os movimentos sociais que, agora, o próprio governo insiste em admitir como seus conselheiros.

O que vivemos hoje é resultado da anárquica caricatura democrática que nossas autoridades e a classe política criaram ao longo dos últimos 30 anos. Permitiram a criação e o crescimento do poder paralelo, perderam o respeito da população e, agora, marcham para o impasse. Para evitar o mal maior, durante a Copa do Mundo e depois dela, nossos governantes e lideranças não devem perder de vista a frase que embalou a juventude de boa parte deles: “Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura” – Che Guevara.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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