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Crônicas
10/06/2014 - 09h01
O pensamento de Virgínia Woolf
Zélia Maria Freire
 
Os valores masculinos e femininos não são opostos, mas complementares (é o que se deduz lendo “Between the Acts, de Virgínia Woolf”)

Li tempos atrás um texto sob o título “A possível genialidade feminina”, baseado no pensamento do filósofo espanhol Ortega y Gasset, inserido no seu livro “Antropologia Filosófica”, onde pela visão do citado filósofo são ressaltadas as incontáveis diferenças entre o homem e a mulher.

Longe de mim querer estabelecer uma contraposição aos argumentos (ad judicium?) de Juliás Marías. Desejo apenas justapor o pensamento de uma mulher intelectual, que tem o seu lugar entre os imortais da literatura Universal. Trata-se de Virgínia Woolf.

Os que conhecem a história de Virgínia Woolf sabem o quanto ela foi uma mulher solitária, que passava dias e dias entristecida. Casou-se em 1912, com o jornalista Leonard Woolf, nunca se sentiu uma dona de casa, pois como dissera, pretendia viver como uma intelectual, lutando através de seus escritos, pela libertação da mulher. E a figura feminina como protagonista é uma constante na obra da escritora, onde a teoria do romance convencional é abandonada para dar lugar ao estudo da existência do espírito.

Assim, no romance Mrs. Dalloway (1925), na concepção de Virgínia, o universo feminino encontra-se repartido em dois: de um lado, estão as mulheres ativas e livres, que conseguem afirmarem-se sozinhas e demonstram sua autoridade no relacionamento familiar, social e político; de outro estão as submissas, introvertidas e insatisfeitas.

Para Virgínia, e isto ela demonstra através de seus romances, que o casamento não é uma solução feliz(?): é tão-somente, aceitação social da obediência ou do hábito do que uma aventura de prazeres aceitada livremente pelo homem e pela mulher. O homem procura na mulher o reflexo de sua própria imagem. Por outro lado, a mulher, privada de um contato mais real com o trabalho e a ação, refugia-se na fantasia.

Também é questionado o que entendem por felicidade o homem e a mulher e tem quem afirme que seria o mesmo alvo para ambos.

Virgínia, - que é um pouco de cada personagem sua – não acredita na possibilidade da integração. Existe uma solidão eterna, mesmo para os seres que se amam e que vivem juntos. Cada um de um lado, homem e mulher perseguem isoladamente seus sonhos.

Outro tema polêmico está retratado em “Orlando” (1928) onde Virgínia criou um ser fantástico, com os dois sexos. Segundo a escritora, enquanto as vestimentas conservam uma aparência masculina ou feminina, por baixo delas o sexo profundo desmente o superficial. Seria a mistura de dois elementos, o homem e a mulher, cada um deles sobrepujando o outro em momentos diferentes.

Virgínia Woolf, no seu esforço para encontrar um significado para a vida, precisou alterar todas as convenções estabelecidas para chegar à conclusão de que o ser perfeito não existe. Não é mais que personagem fictícia que só pode viver e movimentar-se nas páginas impressas do romance. E nunca na realidade.

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