Já estamos em plena Copa do Mundo e com a primeira vitória brasileira. Pouco importa os detalhes. Agora é só esperar pelo próximo jogo da nossa seleção, na terça-feira e, no intervalo, assistir os jogos dos outros países. Em dez capitais ocorreram protestos e, em algumas delas, quebra-quebra, feridos e prisões. São manifestações extemporâneas. Os contrários à realização do evento no Brasil, patrocinados por grupos políticos, deveriam ter protestado com veemência em 2007, quando o país se candidatou e assinou o contrato com a FIFA, mas não o fizeram. A partir de então, tudo o que realizam contra é ativismo vencido, pura baderna ensejada pela leniência e fraqueza do princípio da autoridade. Apesar dos protestos e das denúncias de cometimento de excesso, nesse momento, a autoridade brasileira não tem muito a fazer além de mandar a polícia conter os excessos nas manifestações. Aliás, esse é um dever que há muito vem sendo negligenciado. A desobediência civil, as contravenções e até os crimes, há muito tempo não têm produzido consequências legais e práticas. Por essa razão, seus autores vêm se tornando cada dia mais ousados. E disso têm se aproveitado os oportunistas que, vez ou outra, elegem algum tema para confrontar a autoridade e a ordem constituída. Pior é que, na omissão do governo e das autoridades, policiais preocupados em restabelecer a ordem, acabam assumindo pessoalmente posturas agressivas, não admitidas na corporação e, em consequência, levando medo à população que têm como obrigação proteger. Mesmo enfrentando críticas e a perseguição sistemática de seus eternos contestadores, a polícia tem agido. Mas, lamentavelmente, a prática adotada nos distritos de polícia judiciária e principalmente na justiça, deixa impunes os baderneiros. Quando muito, respondem a inquérito que, na maioria das vezes, termina em arquivamento ou, se vira processo, finda em absolvição ou pagamento de cestas básicas. É preciso reagir e dar aos vândalos e aos oportunistas que tomam de assalto a manifestação pacífica a certeza de que, se cometerem crimes, serão punidos. Do contrário, passado a Copa, eles empunharão outras bandeiras e a baderna continuará. Quanto aos palavrões ditos a Dilma e a outras autoridades, no Itaquerão, não podem ser classificados como protestos. Atestam apenas a má educação da elite presente à partida de futebol, onde o preço médio do ingresso foi de R$ 500,00. O povão, certamente, não estava presente... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
|